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    China busca reduzir dependência de soja e corta uso de grão na alimentação animal

    País compra mais de 60% da soja comercializada no mundo, bem mais de 90 milhões de toneladas por ano, principalmente dos EUA e Brasil

    Por Dominique Patton, da Reuters

    O Ministério da Agricultura da China lançou nesta sexta-feira (14) um plano de ação de três anos para reduzir o uso de farelo de soja na alimentação animal, conforme o país continua tentando reduzir sua forte dependência das importações de soja.

    O novo plano propõe que a proporção de farelo de soja na alimentação animal seja reduzida para menos de 13% até 2025, ante 14,5% em 2022.

    As autoridades do maior importador de soja do mundo já emitiram diretrizes em 2021 para sua indústria de ração animal, recomendando proporções mais baixas de farelo de soja.

    O novo plano “orienta a indústria de ração a reduzir a quantidade de farelo de soja, promove a economia e redução do consumo de grãos para ração e contribui para garantir o fornecimento estável e seguro de grãos e produtos agrícolas importantes”, disse o documento publicado pela Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.

    A nova meta de menos de 13% até 2025 é ligeiramente inferior à meta anterior de 13,5%, mas a direção não é nova, disse Lief Chiang, analista sênior do Rabobank.

    “O objetivo é construir uma cadeia de suprimentos mais resiliente em meio a riscos geopolíticos”, disse ele.

    A China compra mais de 60% da soja comercializada no mundo, bem mais de 90 milhões de toneladas por ano, principalmente dos Estados Unidos e do Brasil.

    “Por um lado, eles gostariam de diminuir o volume absoluto de importação de soja, mas, por enquanto, como contingência, querem diversificar e diminuir mais sua dependência, principalmente dos Estados Unidos”, acrescentou Chiang.

    A pressão para reduzir o uso de farelo de soja tem sido bem-sucedida até agora, ajudada em grande parte pelo aumento dos preços do ingrediente rico em proteínas nos últimos anos, o que levou os fabricantes de rações a reduzirem seu uso.

    O Rabobank estimou em janeiro que a proporção poderia cair para 12% até 2030, reduzindo as importações de soja da China para 84 milhões de toneladas. Este ano, as importações serão de cerca de 95 milhões de toneladas, disse Chiang.

    O novo plano pode ter um impacto maior. A China poderia reduzir o consumo de farelo de soja em pelo menos 3 milhões de toneladas por ano, disse Liu Bing, analista da Donghai Futures, o equivalente a 4 milhões de toneladas de soja.

    As importações podem cair para 82 milhões de toneladas até 2025, disse ele, com os fabricantes de ração usando mais colza, semente de girassol e proteína sintética como substitutos do farelo de soja.

    Menores importações de soja resultariam em menor produção de soja, porém, exigindo mais importações de óleo de palma em compensação, acrescentou.

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