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    Cesta básica isenta é mais eficiente que “cashback” para atender mais pobres, diz associação

    Relatório do senador Eduardo Braga alterou aspectos relacionados à cesta básica que estavam contidos no texto aprovado na Câmara dos Deputados

    Da CNN* , São Paulo

    A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) defendeu nesta quarta-feira (1º) que a isenção de impostos à cesta básica seria mais eficiente que o chamado “cashback” para atender os mais pobres na reforma tributária.

    O relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) alterou aspectos relacionados à cesta básica que estavam contidos no texto aprovado na Câmara dos Deputados.

    Na prática, o relatório manteve a isenção à cesta básica, mas limitou seus itens, que serão definidos por lei complementar. Também criou uma “cesta estendida”, com desconto de 60% do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e cashback para a população de baixa renda que consumir estes produtos.

    No texto do senador ficaram isentos hortifrúti, frutas e ovos. Produtos de higiene e limpeza tiveram desconto de 60%. Itens voltados à saúde menstrual começam com desconto de 60%, mas podem ficar isentos após a regulamentação.

    João Galassi, presidente da Abras, celebrou a manutenção das conquistas do setor no texto da reforma, mas defendeu, contudo, que o cashback não é a melhor ferramenta de política social e que a cesta básica isenta seria mais efetiva. Afirmou que trabalhará, durante a regulamentação, para que o setor seja atendido.

    Segundo Galassi, nesta nova composição, a depender da alíquota do IVA, parte dos produtos de supermercado podem ter aumento de carga tributária. Automaticamente, isso chegaria ao consumidor — impactando a função social dos supermercados.

    O economista Paulo Rabello de Castro apresentou dados sobre a tese. Indicou, a partir destes números, que a apropriação dos benefícios da isenção da cesta básica é majoritário entre as classes muito baixa, baixa e média baixa.

    Segundo Castro, a fatia apropriada pelos mais riscos é pouco relevante.

    O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou, em relatório sobre a reforma tributária, a revisão da desoneração de produtos da cesta básica. Em sua análise, indica que essa renúncia fiscal poderia ser utilizada em métodos mais eficientes de combate à pobreza.

    O documento foi entregue pelo presidente do Tribunal, Bruno Dantas, ao relator Eduardo Braga.

    Com a PEC aprovada na Câmara, o TCU indica que a desoneração da cesta poderia resultar na não arrecadação de R$ 70 bilhões entre os entes federados.

    Caso a desoneração acabe e a arrecadação retorne, o governo precisaria investir cerca de R$ 40 bilhões no Bolsa Família ou em outro programa de transferência de renda para eliminar os efeitos negativos do retorno dos impostos para a população mais pobre. É o que indica o TCU.

    O TCU defende que os aproximadamente R$ 30 bilhões restantes de receita poderiam ser utilizados em outros programas que têm por objetivo acabar com a insegurança alimentar e são focados nas famílias mais pobres.

    Veja também: Preocupação do Planalto com eleição deixou Haddad isolado no governo, dizem fontes

    *Publicado por Danilo Moliterno.

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