CEOs de bancos temem que recessão nos EUA possa estar próxima
Em comentários preparados para Senado norte-americano, CEOs temem recessão chegando
A CEO do Citigroup, Jane Fraser, se juntou a outros heads de grandes bancos norte-americanos que alertam para dificuldades econômicas nos Estados Unidos.
Embora Fraser não “veja uma recessão drástica no horizonte”, a presidente do terceiro maior banco dos EUA vê uma recessão chegando, disse ela em comentários preparados divulgados pelo Comitê Bancário do Senado na terça-feira (5), antes da audiência anual sobre a supervisão de Wall Street na quarta-feira (6).
Segundo a CEO, a recessão poderá resultar de fatores que incluem “a inflação persistente nos serviços, o aumento dos [níveis] da dívida, um abrandamento do crescimento global e dois grandes conflitos na Europa e no Oriente Médio”.
Do lado dos gastos do consumidor, Fraser alertou os legisladores que os dados do Citi sugerem que as pessoas estão se controlando mais.
Isso está alinhado com os dados do governo sobre gastos do consumidor. Ao mesmo tempo, os clientes que se enquadram na faixa mais baixa de pontuação de crédito estão assumindo os níveis de dívida mais altos desde 2019, afirma Fraser.
O CEO do Bank of America, Brian Moynihan, não incluiu suas ideias sobre as perspectivas econômicas em seus comentários preparados.
No entanto, ele disse que “a forma como os consumidores estão gastando dinheiro está se estabilizando”, em entrevista à CNBC na terça-feira. “Mas, no geral, [os consumidores estão] em boa forma.”
Ele também sugeriu que O Federl Reserve (Fed) está no meio de um pouso suave – isto é, controlando a inflação sem um aumento significativo na taxa de desemprego.
Temores
Na semana passada, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, pediu aos norte-americanos que se preparassem para uma recessão.
“Muitas coisas por aí são perigosas e inflacionárias. Esteja preparado”, disse ele no 2023 New York Times DealBook Summit em Nova York. “As taxas de juros podem subir e isso pode levar à recessão.”
Nos comentários para a audiência de quarta-feira, Fraser reconheceu publicamente pela primeira vez uma investigação do Consumer Financial Protection Bureau alegando que o banco discriminou ilegalmente armênio-americanos durante anos, destacando-os em pedidos de cartão de crédito com base em seus sobrenomes.
“Lamentamos profundamente e pedimos desculpas à comunidade armênio-americana por recentemente termos ficado aquém de nossas expectativas de empréstimos justos”, disse Fraser em seus comentários preparados.
A CEO acrescenta que o Citi “tomou medidas para consertar as coisas e evitar qualquer recorrência”.
Além de Dimon, Fraser e Moynihan, os legisladores ouvirão depoimentos dos CEOs do Wells Fargo, State Street, BNY Mellon, Goldman Sachs e Morgan Stanley.
