Cenários no médio e longo prazos prometem ser muito bons para o país, diz Haddad
Ministro da Fazenda citou necessidade de cuidado com relações entre instituições
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou nesta sexta-feira (5) que existe um risco de curto prazo no cenário brasileiro, e que o ambiente político interno inspira cuidados.
Haddad destacou a possibilidade de “solavancos” e citou como pontos de atenção a relação entre Executivo e Legislativo, além do governo federal com o Banco Central.
“Mas se tudo correr bem, o médio e longo prazo prometem ser muito bons para o nosso país”, declarou.
A fala aconteceu durante um painel sobre os caminhos para o desenvolvimento do Brasil no contexto geopolítico atual, organizado pela revista Phenomenal World, em São Paulo.
O ministro considerou que o Brasil vive em um ambiente em que o interesse público e privado andam juntos, e por isso, ele avalia que exista um risco do que chamou de patrimonialismo verde, ao citar o processo de transição para energias limpas.
O petista defendeu que “não é impossível que lobbies se unam e capturem todo o estímulo que a sociedade pode dar, na forma de subsídios, subvenções e incentivos econômicos, como acontece no Brasil com incentivos que foram dados 10, 20, 30 anos atrás”.
Haddad ainda comentou a disputa entre Estados Unidos e China e admitiu que, apesar dos dois países serem os maiores parceiros comerciais do Brasil, os líderes chineses e norte-americanos ainda subestimam o potencial de parceria com o país.
“Nós não estamos no radar desses dois países da maneira que o Brasil pretende estar”, afirmou.
Ao citar o acordo União Europeia e Mercosul, o ministro disse que a negociação “ainda inspira muitos cuidados” e que é algo que favorece a Europa, mas que “só não foi fechado por causa de uma questão interna da França”.
Haddad também defendeu a necessidade de fortalecer o Mercosul ao negociar em blocos.