Cenário base ainda é de que inflação seguirá em queda, diz autoridade do Fed
Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, está com a mente aberta sobre a possibilidade de cortar novamente a taxa básica de juros dos EUA na reunião de dezembro
O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse nesta segunda-feira (2) que está com a mente aberta sobre a possibilidade de cortar novamente a taxa básica de juros dos Estados Unidos na reunião de dezembro do Federal Reserve (Fed), e que os próximos dados sobre empregos são importantes para moldar a decisão.
“Há muita incerteza”, disse Bostic em comentários a repórteres. “Não estou indo para essa reunião com a sensação de que ela está predeterminada. Temos dados importantes que estão chegando”, incluindo informações a serem divulgadas nesta sexta-feira (6) sobre o crescimento do emprego em novembro.
Em um ensaio também divulgado nesta segunda-feira, Bostic disse que seu cenário base continua sendo o de que a inflação continuará a cair para a meta de 2% do Fed, embora permaneça em aberto a questão de até que ponto e com que rapidez os custos de empréstimos devem ser reduzidos para garantir que isso aconteça e, ao mesmo tempo, evitar qualquer dano indevido ao mercado de trabalho.
“Meu cenário base sobre a inflação continua sendo a de que estamos encaminhado para atingir o objetivo de 2%”, disse Bostic, com os custos de moradia, um dos principais motivos pelos quais a inflação estagnou acima desse nível, provavelmente em processo de desaceleração, e os contatos comerciais relatando que o crescimento econômico e as pressões sobre os preços estão diminuindo.
Embora algumas medidas de inflação tenham demonstrado pouco progresso nos últimos meses, “ponderando a totalidade dos dados, não vejo os recentes solavancos como um sinal de que o progresso em direção à estabilidade de preços tenha se estagnado completamente”, disse Bostic.
Com os riscos mais ou menos equilibrados entre o objetivo do Fed de sustentar o nível máximo de emprego possível e manter a inflação em 2%, Bostic disse que faz sentido para o banco central “mudar a política monetária para uma postura que não estimule nem restrinja a atividade econômica”.
Quanto mais o Fed precisa cortar para atingir esse nível, ou com que rapidez deve fazê-lo, no entanto, ainda são questões em aberto, disse Bostic, enquadradas agora pela possível fraqueza do mercado de trabalho, bem como pela incerteza quanto à trajetória da economia.