Carrefour quer agradar sindicatos ineficientes na França, diz presidente da ABPA ao CNN Money
Ricardo Santin considera declaração do executivo "infeliz" e "desprovida de verdade"
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, criticou duramente a recente declaração do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, sobre a intenção de deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul.
Em entrevista o CNN Money nesta quinta-feira (21), Santin classificou a manifestação do executivo como “infeliz” e “desprovida de qualquer fundo de verdade”.
Segundo ele, a decisão do Carrefour é uma atitude protecionista que visa agradar sindicatos ineficientes.
Santin ressaltou a importância do Brasil no cenário internacional da produção de proteína animal.
“O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, quarto maior de carne suína e também o maior exportador de carne bovina”, afirmou.
Ele destacou que o país detém 37% do mercado global de frango, 25% de carne bovina e 15% de suína.
O presidente da ABPA enfatizou que o Brasil sempre atendeu aos requisitos da Europa e que o Carrefour conhece bem a qualidade das carnes brasileiras, já que as compra regularmente.
Impacto limitado da declaração
Apesar da polêmica, Santin diz não acreditar que a posição do CEO do Carrefour na França se espalhe para outras empresas ou países.
“Não vemos isso se espalhando para ninguém, porque isso é capaz, ele nem tem a capacidade de fazer isso. Os demais países conhecem o Brasil”, afirmou.
O executivo da ABPA também destacou que a Europa, incluindo a França, não é autossuficiente na produção de carne e depende das importações para complementar sua oferta e oferecer produtos mais acessíveis à população.
Santin concluiu pedindo que o Carrefour matriz se retrate, argumentando que a postura da empresa “não se coaduna com um mundo onde não pode haver fronteiras para os alimentos” e que é necessário respeitar o comércio global para garantir a sustentabilidade e a segurança alimentar.