Campos Neto vê dólar forte nos emergentes com eleição de Trump, mas Brasil menos afetado
Percepção de que a política de Trump tende a ser inflacionária tem sustentado no período mais recente os rendimentos dos Treasuries, com reflexos na curva de juros brasileira
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na tarde desta quinta-feira que um dólar mais forte, como resultado da eleição de Donald Trump para a Casa Branca, afetará os países emergentes, mas que o Brasil será menos afetado.
Durante palestra por videoconferência em evento do Valor Capital Group, Campos Neto foi questionado sobre os impactos da eleição de Trump como presidente dos Estados Unidos.
“Obviamente um dólar forte afetará todos os países dos mercados emergentes, mas a minha opinião era de que o Brasil seria menos afetado”, afirmou Campos Neto. “O Brasil não vai ser tão afetado… será afetado, mas em menor grau”, acrescentou.
Os comentários de Campos Neto surgem em um momento em que o dólar oscila em patamares próximos de 5,80 reais, após ter sido impulsionado nas últimas semanas pela perspectiva de vitória de Trump na eleição de 5 de novembro e, depois disso, pela leitura de que a política econômica do republicano tende a ser favorável à moeda norte-americana.
Sobre isso, Campos Neto citou que três temas da política esboçada têm sido discutidos em especial: o fiscal, a integração e o protecionismo.
Especificamente sobre o fiscal, o presidente do BC afirmou que o tema se tornou um problema para os EUA e que pela primeira vez ele está sendo abordado.
No mercado, a percepção de que a política de Trump tende a ser inflacionária tem sustentado no período mais recente os rendimentos dos Treasuries, com reflexos na curva de juros brasileira.
Ranking: Brasil tem o 3º maior juro real do mundo com Selic a 11,25%