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    Campos Neto: debate agora é sobre “nível de sacrifício” para combater a inflação

    Presidente do Banco Central ainda reforçou que a situação é global; citando como exemplo a inflação de alimentos na Inglaterra

    Cristiane Nobertoda CNN Brasília

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o mundo chegou na segunda fase do processo de desinflação. Segundo ele, isso ocorre em dois ciclos: o primeiro de energia e alimentos, e outra fase “mais difícil”, a de combater a inflação de núcleos.

    De acordo com o presidente do BC, o Brasil está atravessando essa segunda fase e que, por isso, a “sociedade e a classe política” tendem a questionar o “nível de sacrifício” que a autoridade monetária está fazendo para lutar contra a alta de preços.

    “A gente fez a primeira parte bem, e estamos na segunda. É natural quando chega neste ponto, sociedade e classe política começam a questionar qual o nível de sacrifício necessário para combater a inflação. Tem de ir no “last mile” [trecho final], que é o mais doloroso, e questionável”, afirmou durante palestra na Conferência Anual Julius Baer 2023, promovida pelo Julius Baer Group, nesta terça-feira (5).

    Campos Neto ainda reforçou que a situação é global. Ele citou como exemplo a inflação de alimentos na Inglaterra e disse que é importante fazer os cortes com credibilidade.

    “Vê os núcleos. Na Inglaterra, só de alimentos, (a inflação) tinha sido de 19%. O presidente do BC inglês disse que isso não aconteceu nem na guerra. Difusão foi lá em cima, e dificuldade grande dos núcleos caíram. Olha a zona do euro. Temos esse ‘last mile’, não só no Brasil, mas no mundo, é importante perseverar. Ou pode fazer a inflação voltar, tem perda de credibilidade, e o custo da desinflação vai ser maior para a sociedade”, disse.

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