Buscamos reajustes inferiores a dois dígitos em 2022, diz representante da Aneel
Superintendente de Gestão Tarifária reforçou que a Agência reconhece o forte impacto dos aumentos de tarifa para o consumidor final
O superintendente de Gestão Tarifária da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Davi Antunes Lima, afirmou que o órgão regulador tentará manter os reajustes inferiores a dois dígitos no próximo ano. Segundo ele, no entanto, um cálculo preliminar da agência, que será revisto, já prevê um efeito tarifário médio de 16,68% em 2022.
“O motivo principal é a crise hidrológica. […] Nossa meta é tentar buscar reajustes inferiores a dois dígitos em 2022, no ano pós pandemia”, afirmou nesta segunda-feira (16), em audiência pública da Câmara sobre os aumentos abusivos na conta de energia.
Ainda de acordo com ele, o agravamento da questão hidrológica projetou um déficit de R$ 8 bilhões na “conta bandeira”, que é o montante pago pelo consumidor e recebido pela distribuidora. O déficit prova que os recursos estão sendo insuficiente e “pressiona as tarifas para o próximo ano”.
“A média, sem nenhuma medida de mitigação tarifária, seria um reajuste de 21,57% (em 2021). Com a aplicação das medidas, o efeito médio nas tarifas foi de 7,85% e de 7,17% nas tarifas residenciais”, comentou.
Antunes Lima reforçou que a Aneel é “muito sensível” à questão do aumento tarifário e reconhece que o impacto está forte para o consumidor final.
Entre possíveis medidas de mitigação tarifária para o próximo ano, ele citou a antecipação para 2022 do aporte de recursos da capitalização da Eletrobras para reduzir encargos (R$ 5 bilhões); a redução do serviço da dívida de Itaipu; a postergação do pagamento do diferimento de Itaipu para 2023 (R$ 1,5 bilhão); e a postergação das reinserções dos diferimentos da Parcela B que ocorreram em 2021.
“Com essas medidas adicionais, prevemos um impacto de reajuste médio do país seria de 10,73% na conta ao em vez dos 16%”, disse.