Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    “Brics Plus”? Entenda qual pode ser o futuro do nome do bloco, com seis novos países membros

    Especialistas acham improvável uma mudança no nome, devido a uma continuidade política e a força da marca "Brics" no mundo

    Iasmin Paivada CNN São Paulo

    A notícia sobre novos entrantes no bloco dos Brics provocou questionamentos sobre como fica seu acrônimo, que hoje é formado pela inicial dos países membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    Mas o convite dos líderes do grupo a seis novos países para entrar no bloco muda esse cenário: Arábia SauditaArgentinaEgitoEmirados ÁrabesEtiópia e Irã passam a ser membros plenos a partir de 2024.

    William Daldegan, professor e pesquisador no curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), relembra que a proposta de expansão do Brics, desenhada em 2017 e que ganhou força em 2022 previa, de algum modo, o acréscimo do ‘Plus’ ao nome, ficando então Brics Plus.

    “As declarações de autoridade dos Brics dão a entender que o nome Brics Plus teria a simpatia de russos e chineses, já que foram estes que propuseram a expansão”, explica.

    Contudo, o professor ressalta que acha desnecessária a mudança de nome, que também é a avaliação de autoridades sulafricanas.

    Daldegan defende que o nome “Brics” já possui um peso político e econômico. “A inserção do ‘Plus’, talvez, responda à necessidade de informar a nova configuração, mas isso vai depender das negociações a partir de agora”.

    Já possibilidade de uma mudança completa do nome, por sua vez, é “pouco provável”, na avaliação do especialista, já que descaracterizaria a ideia construída ao longo dos anos pelo bloco.

    “Existe um conjunto de argumento acerca do Brics como contraponto ao G-7 e ao Ocidente, e a mudança de nome poderia reforçá-lo. Mas, no imediato, não concordo com o interesse coletivo de contraponto e nem com a mudança no nome”, pontua.

    Pedro Brites, professor de relações internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), concorda que a tendência é de que não vá ter uma mudança no nome do bloco.

    “A ideia de continuidade política, somada ao medo de uma perda em termos de marca, afasta uma mudança de nome no horizonte próximo”, explica.

    O professor explica que a marca “Brics” já está estabelecida e possui um alcance global, enquanto uma mudança de nome poderia trazer prejuízo para essa marca e para a consolidação do seu espaço nas relações internacionais.

    Além disso, há uma perspectiva política de continuidade. “Os novos países devem colaborar na composição, mas os objetivos comuns partilhados na formação do agrupamento se mantêm”, avalia.

    Veja também: Brics confirmam entrada de mais seis países no bloco

    Tópicos