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    Brasil fará leilão para armazenagem de energia em baterias em 2025, diz ministro

    No entanto, falta de regulamentação para uso desses sistemas foi vista como impeditivo para participação da tecnologia no certame

    Letícia Fucuchimada Reuters

    O Brasil deverá realizar em 2025 um leilão exclusivamente para contratar baterias e sistemas de armazenamento de energia para o setor elétrico, em processo que deverá ter sua consulta pública publicada nos próximos dias, disse nesta quinta-feira (12) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    “A finalidade do leilão de baterias é impulsionar a tecnologia no Brasil, e tentar trazer a Huawei e outras grandes produtoras de baterias, principalmente da China, para trazer tecnologia para o Brasil”, afirmou ele a jornalistas após participar de evento em São Paulo.

    O governo chegou a avaliar a inclusão de baterias e sistemas de armazenamento de energia no próximo leilão de reserva de capacidade, que contratará mais potência para o sistema elétrico nacional a partir de 2028. No entanto, a falta de regulamentação para o uso desses sistemas foi vista como um impeditivo para a participação da tecnologia no certame.

    Segundo Silveira, caso a consulta pública sobre o certame de baterias seja “produtiva”, a licitação poderia ter regras publicadas neste ano. Ele ressaltou, porém, que o ministério não fará nada de forma açodada, dada a preocupação em não aumentar os custos da energia aos consumidores.

    “Acredito muito que, a médio prazo, as energias intermitentes [eólica e solar] vão ser acondicionadas nas baterias e vão diminuir o custo da energia”, disse o ministro, ao explicar sobre o leilão.

    As baterias, que poderiam armazenar energia de fontes intermitentes como a eólica e solar em forte crescimento no Brasil, poderão entrar no sistema brasileiro em momento em que a operação da rede elétrica no país se torna mais complexa e passa a exigir mais flexibilidade.

    Esses sistemas deverão ser utilizados principalmente para o chamado “atendimento de ponta” pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), isto é, nos horários mais críticos da operação em que há picos de carga e uma baixa de geração.

    Em relação ao leilão de reserva de capacidade, Silveira assegurou que o certame ocorrerá ainda neste ano, embora o Ministério de Minas e Energia ainda não tenha publicado as diretrizes finais para o início dos preparativos.

    “[O leilão] Está sendo preparado com o cuidado necessário. Um dos pontos principais de chegar à nossa demanda, para a gente publicar as fontes que vamos contratar para geração de energia firme, é exatamente o quanto a gente precisa de térmicas existentes e planejamento de térmicas novas”, disse Silveira.

    O certame de reserva de capacidade vem sendo bastante aguardado por geradores termelétricos, como Petrobras e Eneva, que veem uma oportunidade para recontratar suas usinas ou viabilizar novos projetos, e também hidrelétricos, como a Eletrobras, que buscam ampliar a potência de suas usinas incluindo máquinas novas.

    Alguns representantes do setor avaliam que um sistema elétrico mais robusto poderia ajudar no Brasil em momentos de crise hídrica, que impacta a geração hidrelétrica.

    SECA NO BRASIL

    Em comentário sobre a seca severa, que vem afetando a geração hidrelétrica e motivando maior acionamento de térmicas, Silveira ressaltou que o Brasil está com a “segurança energética garantida” para este ano.

    “Não teremos racionamento, estamos com segurança energética garantida. O que se discute agora são medidas para que a gente continue tendo essa segurança energética e que ela tenha o menor impacto tarifário para o consumidor.”

    Questionado se está preocupado com o próximo período úmido, que será crucial para o reenchimento dos reservatórios de hidrelétricas do país, o ministro afirmou que sempre deve se preocupar.

    “2025 é preocupante, 2026 é preocupante. Diante do cenário climático que vivemos hoje, sempre um ministro tem que tratar como preocupante”.

    Segundo Silveira, o planejamento do setor elétrico já aponta a necessidade de o Brasil dobrar o tamanho de seu parque termelétrico, atualmente de 20 gigawatts (GW), até 2031 em função dos efeitos das mudanças climáticas.

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