“Quero analisar com profundidade”, diz ministro de Minas e Energia sobre entrada na Opep+
Convite foi feito pela organização de países produtores de petróleo durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Arábia Saudita esta semana
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quinta-feira (30) que o governo brasileiro fará uma “análise com profundidade” sobre o convite para fazer parte da Opep+.
Silveira confirmou a existência do convite, feito pela Arábia Saudita durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Riade, para integrar o grupo ampliado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O ministro fez questão de esclarecer, no entanto, que uma eventual entrada do Brasil na Opep+ não significa qualquer compromisso com cortes de produção de petróleo decididos pelo grupo.
“Houve um convite da Arábia Saudita. É importante esclarecer à sociedade brasileira: existe um caminho a ser percorrido, que é a análise dos termos de participação na Opep +. Não há compromissos com cortes de produção. Os países da Opep+ apenas participam de uma plataforma de discussão”, afirmou Silveira, em Dubai, onde participa da COP 28.
Segundo ele, a Opep+ — que tem a participação de países como Rússia e Cazaquistão — se manifesta a favor de uma transição energética “justa e equilibrada”. “É o que nós defendemos também”, completou.
“Não podemos confundir. São coisas distintas. A Opep+ é apenas uma plataforma consultiva”.
Questionado se é favorável à adesão do Brasil, Silveira considerou prematuro dar uma opinião. “Eu quero analisar com profundidade para saber o custo-beneficio”.
O ministro lembrou que o Brasil tem grande potencial para expandir a produção e o uso de biocombustíveis. E mencionou ainda a realização de R$ 60 bilhões em investimentos, nos próximos anos, em linhas de transmissão para escoar energia elétrica de usinas limpas (eólicas e solares).
Publicado por Thâmara Kaoru