Brasil descarta aderir a sanções contra Rússia, avalia Planalto
Avaliação é de que as sanções acabam por agravar a situação econômica mundial, em especial de países menos desenvolvidos, como o Brasil
O governo brasileiro descarta adotar sanções econômicas contra a Rússia. A avaliação no Palácio do Planalto, endossada pela diplomacia brasileira, é de que as sanções acabam por agravar a situação econômica mundial, em especial dos países menos desenvolvidos, como o Brasil.
Além disso, há a leitura de que sanções unilaterais são ilícitas e incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas. Não tem havido, contudo, indisposição dos países que lideram as sanções, como Estados Unidos, Japão e União Europeia a respeito da posição brasileira sobre rejeitar sanções a Rússia, segundo fontes do governo.
Mesmo porque, segundo estas fontes, essa tem sido uma posição histórica brasileira. Por exemplo, ao condenar sanções dos Estados Unidos a Cuba. Mais recentemente, o embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Ronaldo Couto Filho, posicionou-se contra sanções ao Iêmen, envolvido em conflito com países vizinhos.
Em outra frente, o Brasil também tem se manifestado contra uma proposta de resolução apresentada pela França e pelo México no Conselho de Segurança da ONU que trata de questões humanitárias na guerra da Ucrânia.
As negociações sobre este projeto estão travadas, segundo uma fonte envolvida nas negociações. O motivo é que Estados Unidos e Reino Unido têm forçado um texto considerado altamente condenatório aos russos, e outros países, como China, Rússia e França têm defendido algo em um tom menor contra os russos.
O Brasil se posicionou nesse debate ao lado destes países, ou seja, na defesa de que é preciso dosar o texto e focar mais no atendimento às necessidades da população ucraniana do que em críticas a Rússia.