Brasil cresceu 0,81% em exportações de bens industriais em 2021, mostra CNI
Aumento, no entanto, não foi suficiente para subir ou manter a posição do país no ranking mundial, que agora saiu do 30º para 31º lugar
O Brasil melhorou seu desempenho nas exportações em 2021, segundo dados do estudo “Desempenho da Indústria no Mundo”, divulgado nesta sexta-feira (14) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), porém perdeu posição no ranking mundial tanto de produção como de exportações.
No indicador referente às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, o Brasil apresentou um crescimento de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021. O aumento, no entanto, não deve ser suficiente para subir ou manter a posição do país no ranking, o que deve levar o Brasil a perder uma posição e passar de 30º para 31º lugar, perdendo espaço para a Indonésia.
“Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos”, afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional, Constanza Negri.
Em relação à produção brasileira, o recuo na participação mundial foi de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). Consequentemente, o Brasil foi ultrapassado pela Turquia e caiu para a 15ª posição no ranking.
Considerando a queda de 5,3% nas exportações mundiais em 2020, a estimativa da CNI indica um aumento de 20,4% em 2021. No Brasil, a queda nas exportações em 2020 representa mais que o dobro da média mundial (12,6%) e, para 2021, a estimativa é de um crescimento de 26,3%, acima da média global.
O estudo apontou também os 11 países que são os principais parceiros do Brasil: Alemanha, Argentina, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Itália, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido.
A estimativa é que a Coreia do Sul, a Alemanha e o Japão registrem as maiores perdas de participação entre 2020 e 2021, considerando os parceiros comerciais do Brasil avaliados. Mesmo assim, os dois últimos países devem se manter na segunda e na quarta posição no ranking dos maiores exportadores mundiais, respectivamente. Já para a Coreia do Sul, a previsão é que sejam perdidas duas posições no ranking, levando o país ao 8º lugar.
Sobre os que lideram o ranking, China, em primeiro lugar, e os Estados Unidos, em segundo lugar, registraram os melhores desempenhos em 2021. Entre 2020 e 2021, a participação dos EUA no valor adicionado da indústria de transformação mundial cresceu de 16,59% para 16,76%.
Já a China teve o melhor desempenho tanto na produção como nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2021. Em relação à participação nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação, a China registrou aumento de 17,10%, em 2020, para 18,43%, em 2021. Já na participação no valor adicionado da indústria de transformação mundial, entre 2020 e 2021 o país teve um aumento de 30,08% para 30,45%.