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    Brasil combina inflação e alto desemprego; renda média cai, diz FGV

    À CNN, Marcelo Neri disse que, entre população mais pobre, número é ainda pior, com queda de 21,5%

    Amanda GarciaLarissa Coelhoda CNN , em São Paulo

    A pesquisa Desigualdade de Impactos Trabalhistas na Pandemia, conduzida pela FGV Social, apontou uma queda acentuada da renda individual média do brasileiro.

    Houve uma queda abrupta de 9,4% em comparação ao último semestre de 2019 – antes da pandemia de Covid-19. Entre a população mais pobre, a queda é ainda pior: de 21,5%.

    Em entrevista à CNN, o diretor do FGV Social, Marcelo Neri, avaliou que este resultado está diretamente relacionado ao desemprego e à inflação.

    “O primeiro passo é tentar entender por que houve queda de renda, o que a pesquisa mostra é que, na média, no mercado como um todo, isso é dividido entre aumento do desemprego, de pessoas que saíram do mercado, e uma redução do salário mesmo, de quem está ocupado”, disse.

    Na população mais pobre, segundo ele, “o efeito do desemprego é bastante relevante”: “O que nos remete à combinação de, por um lado, inflação alta e, de outro lado, alto desemprego, no que os economistas classificam como estagflação.”

    Na estagflação, a economia está, ao mesmo tempo, desaquecida, e com inflação.

    “A economia é ‘cobertor curto’, para combater inflação, desemprego tem que aumentar e vice-versa, agora está mais difícil porque este cobertor encolheu, a pandemia, instabilidade política, oferta, choques de oferta, tudo isso tende a encurtar esse cobertor e nos deixa em situação difícil.”

    Mesmo com a situação delicada, Neri afirma que “há instrumentos que atuam rápido”: “A vantagem de ter muitos problemas é que, se atacarmos com eficácia, pode melhorar rápido, como um programa de transferência de renda. Estamos preocupados com a situação, mas esperançosos com a solução desses problemas.”

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