Nasdaq afunda 3% e S&P 500 caminha para confirmar correção com tensão na Ucrânia
Tensões geopolíticas afetam o apetite de investidores por risco antes da reunião de política monetária do Federal Reserve
Os índices de ações dos Estados Unidos tinham fortes quedas nesta segunda-feira (24), com o S&P 500 a caminho de confirmar correção, já que a perspectiva de um ataque russo à Ucrânia representava um golpe duplo para investidores já preocupados com chances de um aperto agressivo da política monetária pelo banco central norte-americano (Fed).
Uma correção é confirmada quando um índice fecha 10% ou mais abaixo do seu nível recorde de encerramento. O S&P 500 tinha baixa de 10,9% em relação ao recorde de fechamento de 3 de janeiro.
Às 12h54, no horário de Brasília, o índice S&P 500 perdia 1,89%, a 4.315,02 pontos, enquanto o Dow Jones caía 1,52%, a 33.744,15 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuava 2,44%, a 13.432,99 pontos, após desabar 3,29% na mínima.
Todos os 11 principais setores do S&P recuavam nesta manhã, com nove deles em queda superior a 2%.
O índice Russell 2000 – que acompanha empresas de menor capitalização de mercado e sensíveis aos ciclos econômicos – cedia 2,8%. O índice perdia 20,3% em relação ao pico de 8 de novembro, colocando-o a caminho de entrar em “bear market” (mercado em baixa).
O Departamento de Estado norte-americano informou no domingo que estava ordenando que familiares de diplomatas deixassem a Ucrânia, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, avaliava opções para aumentar os ativos militares dos EUA na Europa Oriental para combater o acúmulo de tropas russas.
A ordem foi um dos sinais mais claros até agora de que as autoridades norte-americanas estão se preparando para uma ação russa agressiva na região.
Um indicador amplamente observado da ansiedade de investidores nos mercados dos EUA – o índice de volatilidade da CBOE – estava no nível mais alto desde janeiro de 2021.
“A Ucrânia é claramente uma preocupação que está pesando nos mercados hoje”, disse Darren Schuringa, presidente executivo da ASYMmetric ETFs, em Nova York. “Isso continuará pesando nos mercados no futuro próximo até que haja algum tipo de resolução e mais clareza sobre como será o desfecho.”
A reunião de política monetária do Federal Reserve termina na quarta-feira (26), e o mercado prestará muita atenção a quão preocupado o banco central está com o aumento da inflação e quão agressivo será na tentativa de contê-la.