Bolsa cai 4,1% e encerra semana conturbada; dólar desvaloriza após 12 dias
O Ibovespa perdeu os 100.000 pontos e o real reage após o dólar chegar a valer R$ 4,66


Com uma queda de 4,1%, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, encerrou uma semana para se esquecer nesta sexta-feira (6), a 97.996 pontos. No acumulado dos pregões desde o fim do carnaval, o tombo foi de quase 14%. O dólar, após bater R$ 4,66, encerrou essa sexta-feira cotado a R$ 4,63, uma redução de 0,35%. Foi a primeira queda após 12 altas consecutivas.
Entre as ações que mais sofreram na bolsa estão as varejistas. Via Varejo (-16,5%) e B2W (-11,5%) estão entre as maiores quedas no dia afetadas pelo coronavírus. As ações da Petrobras (-10,8%) também tiveram uma forte desvalorização causado pelo derretimento dos preços do petróleo no mercado internacional.
Isso aconteceu após uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para cortar a produção. A ideia era aquecer artificialmente os preços em meio ao surto. Não deu certo.
Para completar as notícias ruins e trazer mais insegurança para os investidores, o banco Itaú foi outro que cortou a previsão de crescimento para o Brasil em 2020. Segundo a instituição financeira, o PIB vai crescer 1,8% neste ano, ante 2,2% da última previsão. O Itaú também cortou projeções para os juros para os próximos ano. Para este ano, o Itaú prevê uma Selic em 3,75%.
Na outra ponta, ao menos, os investidores da CVC comemoraram. De janeiro até a última quinta-feira (5), as ações da operadora de turismo tinham caído 50%. Nesta sexta, após o anúncio da troca de presidência – Leonel Andrade, ex-presidente da empresa de programas de fidelidade Smiles – os papéis da empresa subiram 14,4%.
Alta do dólar dá um respiro
O dólar à vista finalmente quebrou uma série de 12 altas consecutivas e fechou em baixa moderada ante o real nesta sexta-feira. Mesmo assim, a moeda americana acumulou a maior valorização semanal desde novembro do ano passado, depois de dias de forte tensão.
Entre os principais motivos da valorização estão a proliferação do coronavírus e ampliada por questionamentos do mercado acerca do modus operandi de atuação do Banco Central no câmbio.
Apesar do alívio no mercado à vista, a taxa do dólar futuro seguiu em alta, aproximando-se de R$ 4,68 na máxima da sessão, seguindo o mau humor nos demais mercados de câmbio em mais um dia de forte aversão a risco em todo o mundo.
*(Com Reuters e Estadão Conteúdo)