Bolsa abre abaixo dos 100 mil pontos e dólar chega a R$ 4,67
Surto de coronavírus continua assustando o mercado; no Brasil, política econômica começa a ser colocada em xeque
A bolsa de valores de São Paulo abriu em forte queda nesta sexta-feira (6). Às 10h20, o índice Bovespa, que é o principal da bolsa, estava registrando queda de 41%, a 97.998 pontos. É a primeira vez, desde outubro do ano passado, que a bolsa perde essa pontuação. Entre os principais motivos estão o avanço do coronavírus no Brasil e no mundo, além de dúvidas referentes à condução da política macroeconômica no país.
Entre as maiores baixas do início no pregão estão as ações das companhias aéreas Gol (-10,9%) e Azul (-9,1%), das varejistas Via Varejo (-9,74%) e Lojas Americanas (-6,36%), além da empresa de logística Rumo (-6,12%). As ações da resseguradora IRB-RE apresentavam a maior alta nesse horário, de 6,64%, após uma semana em que suas ações despencaram mais de 40%. A outra ação que apresentava forte alta era da CVC (4,75%), que anunciou troca de presidência nesta sexta-feira.
O coronavírus segue estressando mercados ao redor do mundo. No Brasil não poderia ser diferente. Afinal, hoje foi anunciado o nono caso da doença, desta vez na Bahia. O índice de VIX, que é chamado de “índice do medo”, atingiu quase 47%. É a primeira vez desde 2011, quando ocorreu a crise na Europa, que isso acontece.
No Brasil, ainda há muitas dúvidas quanto à condução da política econômica. O mercado não tem gostado das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ontem, durante evento na Fiesp, o ministro falou que “se não fizer muito besteira” o dólar volta para quatro. Se ele fizer, no entanto, Guedes admitiu que a moeda americana pode quebrar a barreira dos R$ 5.
Apesar de ser considerada irreal em um passado não tão distante, o real está perigosamente próximo desta barreira dos R$ 5. No início da manhã, às 9h30, o dólar chegou a valer R$ 4,67, um recorde. O ímpeto, no entanto, arrefeceu e às 10h30, já estava em R$ 4,64.