BNDES vai financiar 45 startups das áreas de saúde e sustentabilidade
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, acredita que a agenda verde é futuro para a transformação do Brasil


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quarta-feira (9) o edital da segunda rodada do programa BNDES Garagem, que apoia startups brasileiras financeiramente com capital de risco. Desta vez, o foco do banco será nas startups com foco em saúde, tecnologia verde e que contribuam para a melhoria do aspecto social e ambiental no país.
“Vamos selecionar até 50 startups para ajudar o governo a ajudar o cidadão. Serão basicamente na área de saúde e empresas ecológicas”, disse Gustavo Montezano, presidente do BNDES..
Montezano acredita que a agenda verde é futuro para a transformação do Brasil.
Segundo o edital divulgado pelo BNDES, serão 140 startups selecionadas. Porém, após avaliação interna do banco, se chegarão a 45 empresas que estarão aptas a serem aceleradas pelo banco em um prazo de até quatro meses. As startups, no entanto, não poderão ter apresentado faturamento acima de R$ 16 milhões em 2019.
Por último, as três propostas mais bem avaliadas após o fim do término de aceleração serão submetidas ao BNDES e apenas a vencedora continuará recebendo dinheiro do banco por mais dois anos.
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“Optamos por focar essa edição na agenda de impacto social e ambiental. Não estamos preocupados com o lucro do banco ou com o tamanho da carteira de crédito, mas sim se o nosso ambiente está mais preservado, se o empreendedor tem espaço para trazer inovações, se a educação está melhorando.” Para Montezano, o impacto financeiro e lucro vêm como consequência.
Por isso, na visão dele, “quem não se mover por propósito e pensar primordialmente em qual valor agrega para o próximo, especialmente aquele mais necessitado, vai ficar fora do mercado”.
Para não correr o risco de ficar no prejuízo, o BNDES fará esse financiamento por meio de um fundo voltado para pequenas e médias empresas. “Esse apoio é uma mudança não só pro BNDES mas para os bancos de desenvolvimento globais, é uma mudança na forma como nos posicionamos.
Mais cedo, em debate virtual com investidores do Credit Suisse também nesta quarta-feira, Montezano enfatizou que o papel do BNDES será para contribuir no mercado e não como concorrente.
“Queremos ser um banco de impacto, estamos aqui para o impacto. Nosso objetivo é melhorar a vida dos cidadãos brasileiros não só com impacto financeiro, embora esse aspecto também seja importantíssimo. Estamos transformando o BNDES e colocando-o no mercado como um agregador, não queremos competir e sim colaborar”, completou.
Segundo ele, é fundamental aprender a monetizar para que parques e florestas se tornem sustentáveis financeiramente. “Saneamento e água, gás, florestas e parques são grandes ativos para o país, transformadores. Por isso, realçamos isso como as três frentes que estamos desenvolvendo para o país”, observou.
Na avaliação do chefe do BNDES, os novos marcos regulatórios legislativos, aliados aos juros baixos no Brasil, forma o ambiente perfeito para o desenvolvimento da infraestrutura.
No entanto, ele ponderou também que algumas empresas tem medo do risco reputacional de se instalar na Amazônia, por exemplo.
“Deveríamos ser um dos países, se não “O” país líder, nessa agenda verde. Estamos preparando o governo brasileiro para receber esse investimento privado, de partes dispostas a investir na Amazônia. Estamos construindo essa conexão, queremos ser aqueles que ajudam a agenda a acontecer”, defendeu.
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