BNDES assina contratos de R$ 10,7 bilhões para ampliar mobilidade de São Paulo
Ações integram o Novo PAC e envolvem expansão do metrô, complexo viário, trem entre a capital paulista e Campinas e ônibus elétricos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta sexta-feira (29) contratos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para infraestrutura e mobilidade urbana de São Paulo. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também participaram do evento.
Entre as obras e projetos estruturantes que devem receber os recursos, estão a Linha 2-Verde do metrô de São Paulo, o trecho norte do Rodoanel, o trem intercidades entre São Paulo e Campinas e a aquisição de ônibus elétricos pela Prefeitura de São Paulo.
As obras estruturantes integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e totalizam R$ 10,7 bilhões em investimentos financiados via BNDES.
Trem intercidades
O trem intercidades vai conectar São Paulo a Campinas. O trem de média velocidade atinge até 140km/h. A expectativa é de que o percurso será realizado em 64 minutos.
O investimento total é de R$ 14,5 bilhões, com R$ 6,4 bilhões de financiamento do BNDES para apoiar o aporte do Governo de São Paulo no Eixo Norte da obra.
O financiamento foi dividido em duas etapas, sendo a etapa atual, assinada em Brasília, no valor de R$ 3,2 bilhões.
A segunda etapa, de mesmo valor, será assinada em 2025. O serviço expresso entre as duas cidades terá 101 quilômetros de extensão, com serviços paradores entre Francisco Morato e Jundiaí e conexões com os trens intermetropolitanos e a linha 7-Rubi do metrô de São Paulo.
Metrô
A Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo será prolongada por 8,2 km. A linha, que liga a Vila Madalena à Vila Prudente, ganhará oito novas estações até a Penha, onde haverá integrações com a Linha 3 (Vermelha) e a Linha 11 (Coral).
Para a obra, serão necessários R$ 6 bilhões em investimentos. Desse total, R$ 3,6 bilhões serão aplicados nos trens e R$ 2,4 bilhões na obra civil.
O financiamento do BNDES ao governo de São Paulo refere-se aos trens e garante que sejam produzidos pela indústria nacional. O projeto tem previsão de conclusão até dezembro de 2028 e vai atender 1,2 milhão de pessoas diariamente.
“A ideia é fazer com que esses trens sejam fabricados no Brasil, particularmente sejam fabricados no Estado de SP. Uma nova era está se abrindo, com a expansão do metrô e com a expansão dos trens. Está se criando demanda para que a gente possa ter a indústria de material rodante sendo revigorada”, afirmou o governador Tarcísio durante o evento.
Rodoanel
O BNDES aprovou R$ 1,3 bilhão em investimentos para obras do trecho Norte do Rodoanel, em São Paulo. Este é o trecho que falta ser entregue para finalizar o anel viário que circunda a Grande São Paulo.
As obras têm como objetivo principal melhorar a distribuição do tráfego de passagem de caminhões e o fluxo das marginais, diminuindo o tempo em congestionamentos e a emissão de poluentes.
De acordo com o BNDES, o projeto deve resultar em uma redução de cerca de 30 mil caminhões e 54 mil automóveis na Marginal Tietê por dia.
Deve promover ainda uma diminuição no tempo de deslocamento entre as rodovias Dutra e Fernão Dias em 21 minutos, Dutra e Bandeirantes em 26 minutos e Dutra e Castello Branco em 27 minutos.
Durante o evento, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, disse que a primeira etapa da obra será concluída em 2025.“Isso significa que ano que vem a gente já pode abrir o rodoanel”, completou.
Ônibus elétricos
Com a Prefeitura de São Paulo, o BNDES vai assinar contrato de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional.
Em seu discurso, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que a aquisição permitirá a redução da emissão de gases de efeito estufa pela cidade. Segundo o chefe do Executivo municipal, a frota de ônibus é responsável por metade das emissões emitidas por veículos na cidade.
“Se eu fizesse a compra dos ônibus através das concessionárias, eu estaria pagando 9% [de juros]. Ou seja, seria inflação mais 9%. Com esse apoio do BNDES, nós vamos ter Selic mais 1,35% [de juros]. Isso representa o que no final? Que a gente vai ter mais dinheiro para aplicar em políticas públicas”, disse Ricardo Nunes.
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