BCE deve aumentar juros em ritmo constante, diz economista-chefe
BCE elevou os juros em 50 pontos-base, para zero, e uma série de formuladores de política monetária tem defendido um ajuste maior
O Banco Central Europeu deve aumentar sua taxa de juros em um “ritmo constante” até chegar ao fim de seu ciclo de alta, em parte para manter espaço para corrigir o caminho do aperto se as circunstâncias mudarem, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta segunda-feira (29).
O BCE elevou os juros em 50 pontos-base, para zero, em julho e, embora um movimento semelhante fosse esperado para setembro, uma série de formuladores de política monetária tem defendido um ajuste maior devido a uma piora nas perspectivas de inflação.
“Um ritmo constante, que não é nem muito lento, nem muito rápido, para fechar a lacuna em relação à taxa terminal é importante por várias razões”, disse Lane, sem expressar sua preferência para decisão de juros de 8 de setembro.
Embora a taxa “terminal” seja uma questão em aberto, os formuladores de política monetária disseram que o BCE deve chegar a uma taxa neutra, que não estimula nem esfria a economia, em algum momento perto da virada do ano. Essa taxa é estimada em cerca de 1,5% a 2%, sugerindo que haverá aumento nos custos dos empréstimos em todas as reuniões de política monetária restantes deste ano.
“Embora os riscos de alta para a inflação sejam atualmente mais intensos do que os riscos de baixa, se os dados recebidos exigirem uma mudança para baixo na taxa terminal, isso seria mais fácil de enfrentar com uma abordagem passo a passo”, disse Lane.
Ele também observou que, mesmo que a inflação atual seja alta, os indicadores de expectativas de longo prazo permanecem próximos da meta de 2% do BCE, já que os atores econômicos parecem entender que os fatores temporários por trás do atual aumento dos preços desaparecerão e o BCE fará seu trabalho.