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    BC turco eleva projeção de inflação para 2022 a 23%

    Chefe da instituição negou que uma série de cortes heterodoxos nos juros foi responsável por fazer a inflação disparar e a lira despencar

    Por Ali Kucukgocmen e Ezgi Erkoyun, da Reuters

    O banco central da Turquia elevou sua projeção de inflação anual para o fim de 2022 a 23,2%, de 11,8% anteriormente, e o chefe da instituição negou que uma série de cortes heterodoxos nos juros foi responsável por fazer a inflação disparar e a lira despencar.

    O presidente do banco, Sahap Kavcioglu, que foi pressionado a reduzir os juros pelo presidente do país, Tayyip Erdogan, disse que o banco define a política monetária com base em dados quando questionado em entrevista coletiva sobre sua independência.

    O banco central turco cortou sua taxa básica de juros em 5 pontos percentuais, para 14%, desde setembro passado, desencadeando uma crise total no mês passado que levou a lira a uma mínima recorde de 18,4 por dólar, antes de a moeda se recuperar acentuadamente.

    A volatilidade da taxa de câmbio fez a inflação disparar para 36% em dezembro, e a maioria dos analistas espera que ela se aproxime de 50% nos próximos meses antes de arrefecer para cerca de 27% no final do ano, segundo uma pesquisa da Reuters.

    Mas o banco central, que tem consistentemente feito previsões aquém da inflação real nos últimos anos, disse que o aumento dos preços está a caminho de arrefecer e previu um ponto médio de alta de 23,2% no índice de preços ao consumidor no final de 2022.

    Um gráfico compartilhado pelo banco mostrou que a expectativa é de que a inflação se aproxime de 50% em janeiro, atinja um pico próximo a 55% em maio e depois caia acentuadamente no terceiro trimestre, o que Kavcioglu atribuiu à nova estratégia econômica do governo.

    O banco também prevê inflação de 8,2% para o final de 2023 e retorno à meta oficial de 5% um ano depois.

    Ainda nesta quinta-feira, o BC turco disse que vai desenvolver instrumentos para sustentar os depósitos em lira, aumentar a participação da divisa no financiamento, reduzir gradualmente o volume de swaps e fortalecer as reservas cambiais.

     

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