BC do Japão diz que busca oportunidades para elevar juros, mas sem pressa
"Inflação subjacente ainda está abaixo de 2%", afirmou o dirigente, em discurso para líderes empresariais na Província de Shizuoka


O banco central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) continua procurando oportunidades para elevar ainda mais as taxas de juros, mas deverá tomar decisões sem pressa, disse o vice-presidente da instituição, Shinichi Uchida, nesta quarta-feira (5).
“A inflação subjacente ainda está abaixo de 2%”, afirmou o dirigente, em discurso para líderes empresariais na Província de Shizuoka. “Apertar a política monetária nesta situação suprimiria a atividade econômica, e os salários não subiriam.”
As expectativas pela elevação dos juros vêm crescendo, mas economistas e investidores esperam amplamente que o banco central japonês mantenha a política estável na próxima reunião, no dia 19, após ter elevado a taxa para 0,5% em janeiro.
Uchida reiterou que o BoJ buscará mais aumentos nos juros, desde que a economia continue a melhorar e a inflação suba em conjunto com os aumentos salariais.
“Ajustar o grau de acomodação monetária gradualmente, enquanto as condições financeiras seguem acomodatícias, levará à estabilidade na atividade econômica e nos preços no longo prazo”, disse o vice-presidente do BoJ.
Uchida espera que a inflação subjacente atinja cerca de 2% em algum momento entre outubro de 2025 e março de 2027, ajudada pelo crescimento salarial.
Em relação ao cenário global, o vice-presidente do BoJ observou que as incertezas permanecem altas, incluindo o impacto da política econômica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O curso futuro desses fatores e expectativas a respeito deles terão um impacto no sentimento de empresas e famílias, não apenas nos Estados Unidos, mas também ao redor do mundo, e nos desenvolvimentos dos mercados financeiros e de capitais globais.”