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    BC cita inflação e alta no preço dos alimentos em ata do Copom

    Na última reunião, o Comitê de Política Monetária subiu a taxa básica de juros para 13,25%

    Vitória Queirozda CNN , Brasília

    O Banco Central informou que o cenário de inflação de curto prazo segue adverso na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (4). No documento, o colegiado cita que os preços dos alimentos se elevaram de forma significativa e que a tendência é de que a alta se propague no médio prazo.

    “Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, diz o documento.

    Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu a taxa básica de juros para 13,25%, alta de 1 ponto percentual.

    Na ocasião, o colegiado reforçou compromisso com o guidance sinalizado anteriormente, e disse que deve realizar uma alta de mesma magnitude na próxima reunião, levando a Selic a 14,25% em março.

    “Para além da próxima reunião, a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz a ata.

    Na avaliação do colegiado, a trajetória recente de alta do dólar também pressiona os bens industrializados, sugerindo aumento dos tais componentes nos próximos meses.

    De acordo com o Banco Central, caso as projeções se confirmem, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos e, consequentemente, irá estourar a meta.

    “Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos. Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, diz o texto.

    Em 2025, passou a valer uma nova sistemática da meta de inflação em que o BC perseguirá uma meta contínua, na qual a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerada mês a mês. Com a alteração, a autoridade monetária só descumprirá a meta se o acumulado de 12 meses ficar fora do intervalo proposto ao longo de seis meses consecutivos.

    Dessa forma, caso a meta seja descumprida em junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá que escrever uma nova carta neste ano para explicar inflação fora da meta. Segundo a ata do Copom desta terça-feira (4), a inflação deve encerrar 2025 em 5,2%.

    “O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, diz a ata

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