Bancos enfrentam instabilidade no Brasil e no mundo após apagão cibernético
Federação Brasileira de Bancos informou que a maioria das instituições do país já retomou seus serviços
O apagão cibernético global também afetou sistemas de instituições financeiras brasileiras. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a maioria das instituições já retomou seus serviços e as demais estão em avançado estado de normalização.
“Alguns sistemas chegaram a ser temporariamente afetados em diferentes escalas pela atualização do antivírus crowstrike, mas nada que comprometesse a prestação de serviços de forma relevante”, diz a nota da federação.
Empresas de serviços financeiros da Austrália à Alemanha alertaram os clientes sobre falhas, e traders de todos os mercados falaram de problemas na execução das transações.
No Brasil, o Bradesco foi uma das companhias afetadas. Em comunicado, a instituição confirma que os sistemas dos canais digitais do banco apresentaram indisponibilidade na manhã desta sexta-feira.
Além do Bradesco, relatos compilados pela plataforma Downdetector, que reúne notificações de usuários, dão conta de problemas no acesso dos aplicativos do Banco Pan e do Neon. As notificações ganharam tração após às 6h (de Brasília), horário em que os relatos sobre o apagão global começaram.
O apagão global está relacionado aos computadores de uma empresa de cibersegurança, a CloudStrike, que informou ter tomado conhecimento de falhas em um sensor do sistema operacional Windows, da Microsoft.
Já o Banco Central (BC) informou que seus sistemas estão funcionando normalmente.
Questionado se o problema impactou de alguma forma os sistemas de Pix ou outros serviços da autarquia, a assessoria de comunicação respondeu apenas: “Os sistemas do Banco Central estão funcionando normalmente”.
No mundo
O Commonwealth Bank, o maior da Austrália , relatou interrupções em suas operações. Os credores australianos ANZ e Westpac também foram impactados, de acordo com o Downdetector. O Downdetector também relatou problemas para o ASB Bank da Nova Zelândia.
O Capitec, da África do Sul, disse que estava enfrentando interrupções de serviço em todo o país devido a um problema inesperado com um provedor de serviços internacional, mas acrescentou mais tarde que todos os serviços já estavam funcionando novamente.
No Reino Unido, um porta-voz do Barclays disse que a plataforma de investimento digital do banco, Smart Investor, foi afetada, e os clientes não conseguiram gerenciar suas contas no aplicativo, on-line ou por telefone.
O Banco da Inglaterra disse que seus sistemas não foram afetados. “Estamos monitorando a situação de perto e continuando a nos envolver com empresas e outras autoridades”, disse o banco.
Em Israel, um porta-voz do banco central disse que um mau funcionamento técnico global na CrowdStrike está tendo um “impacto técnico parcial” no sistema bancário do país. O Banco de Israel está lidando com isso, acrescentou o porta-voz.
Enquanto isso, a Visa disse que “não há indicação” de qualquer impacto em sua capacidade de processar pagamentos.
A empresa global de tecnologia de pagamentos observou: “Estamos cientes de relatos de pessoas que não conseguem fazer pagamentos e estamos trabalhando com nossos clientes de instituições financeiras para entender qualquer impacto em seus serviços para portadores de cartão e comerciantes.”
Da mesma forma, a concorrente da Visa, Mastercard, disse que “não há nenhuma indicação atual de que esses problemas estejam afetando nossos sistemas”.
O Citi nos Estados Unidos não quis comentar se o banco está enfrentando problemas.