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    Banco Mundial reduz projeção de queda do PIB brasileiro de 8% para 5,4% em 2020

    Caso a estimativa seja confirmada, será a maior queda da atividade econômica do Brasil em toda a série histórica do IBGE

    Anna Russi, , do CNN Brasil Business, em Brasília

    Seguindo as expectativas do mercado financeiro e da equipe econômica do governo federal de que a recessão econômica do Brasil em 2020 será menor do que estimada inicialmente, o Banco Mundial (Bird) revisou, nesta sexta-feira (9), sua projeção oficial para o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A previsão do organismo internacional é de que a economia brasileira retraia 5,4% este ano. Desde junho, o tombo esperado era de 8%.

    A informação faz parte do relatório O Custo de se Manter Saudável, publicado pelo Bird. Mesmo com a redução, caso a projeção seja confirmada, será a maior queda da atividade econômica do Brasil em toda a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Atualmente, o maior tombo já registrado foi em 1990, no governo do ex-presidente Fernando Collor, quando houve retração de 4,35%. 

    Com a revisão, a expectativa do Bird para a contração da economia brasileira se aproxima do patamar dos 5%. A mesma queda é esperada pelo Banco Central e pelo mercado financeiro, de acordo com as edições do Boletim Focus das últimas semanas. Não muito distante, o ministério da Economia prevê uma recessão de 4,7% para o PIB de 2020.

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    O relatório do Banco pondera, no entanto, é desafiador prever a profundidade da recessão, assim como a força da recuperação dado o ineditismo da crise. “Pode levar um longo tempo para que números confiáveis referentes ao desempenho econômico de 2020 estejam disponíveis”, alerta. 

    O desempenho negativo da economia neste ano é reflexo dos impactos da pandemia de Covid-19, que exigiu o distanciamento social e o fechamento temporário de diversos setores econômicos. Com consequências no comércio, na produção, na renda e no mercado de trabalho, a crise causada pela pandemia também afetará a economia mundial. 

    Entre os sinais que justificam uma perspectiva de que o impacto pode ser menos grave do que o temido inicialmente, o Banco Mundial cita o comércio global de bens. “O comércio global de bens está retornando aos níveis anteriores à crise e os preços das commodities se mantiveram relativamente bem. Após um forte declínio inicial, as remessas estão, de maneira geral, mais altas do que há um ano. E alguns países perderam acesso aos mercados financeiros internacionais. As políticas econômicas devem buscar aproveitar essas oportunidades”, recomenda. 

    Na avaliação do Bird, o efeito das transferências de renda foram significativos na atividade econômica. 

    Recuperação em 2021

    Para 2021, o Banco Mundial vê uma recuperação significativa, com crescimento de 3%, para a economia brasileira. 

    A instituição reforça, no entanto, a importância de políticas sociais que protejam a população mais vulneráveis e estimulem, principalmente, a criação de empregos formais, uma vez que a crise causada pela pandemia veio logo após anos de fraco crescimento econômico e avanços limitados nos indicadores sociais. 

    “O impacto das medidas de confinamento foi sentido de maneira desproporcional nas famílias que dependem de trabalhos informais. Isso reforça a necessidade de políticas que incentivem a formalização, sem penalizar a tão necessária criação de empregos. Enquanto isso, registros sociais abrangentes ajudariam as transferências sociais a alcançar mais pessoas entre os que vivem ‘da mão para a boca'”, diz o Banco.  

    Além disso, o Bird recomenda que a cobertura e a qualidade dos sistemas de saúde sejam aperfeiçoadas, bem como os pagamentos diretos com saúde sejam contidos.

    América Latina e Caribe 

    Para o PIB da região da América Latina e do Caribe como um todo, excluindo a Venezuela, o organismo internacional espera um declínio de 7,9% em 2020, por causa da pandemia de Covid-19. 

    Assim como para o Brasil, é esperado um retorno da atividade econômica já no próximo ano, com avanço de 4%. 

    Segundo a instituição, os países na região estão sofrendo com redução na demanda externa, com maior incerteza econômica, um colapso no setor de turismo, bem como com as consequências de meses em confinamento para tentar conter a propagação da doença. “Os governos precisam retomar o caminho da consolidação fiscal após esse período necessário de gastos altos com incentivos econômicos e auxílios emergenciais”, sugere o relatório do Banco. 

    “A região da América Latina e do Caribe é a mais atingida pela pandemia da COVID-19, o que traz à tona a necessidade de proteger a população enquanto as economias voltam aos trilhos. Isso exigirá a combinação de medidas de saúde pública e gerenciamento econômico”, diz.

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