Arrecadação da previdência privada aberta cresce quase 26% e supera os R$ 80 bi, diz Fenaprevi
Mais de 11 milhões de pessoas contavam com essa modalidade em maio deste ano
A arrecadação da previdência privada aberta — não ligada ao INSS — cresceu 25,9% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, ultrapassando os R$ 80 bilhões, revelou relatório da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
Segundo a entidade, em maio deste ano mais de 11,1 milhões de pessoas contrataram a modalidade, que pode ser adquirida por qualquer cidadão e administrada pelas seguradoras em parceria com bancos, corretoras de investimentos e seguros — seja para aposentadoria ou planos futuros.
Isso soma mais de 14,1 milhões de planos comercializados no Brasil, dos quais 80% estão na modalidade individual, indicando uma alta de 2,9% em relação ao mesmo mês de 2023 e um incremento superior a 300 mil indivíduos.
Atualmente existem dois modelos de previdência privada, o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), os quais se diferenciam na incidência do imposto de renda. Conforme a Fenaprevi, o VGBL foi responsável por 92% do total arrecadado, captando R$ 74 bilhões até maio de 2024.
Marcelo Malanga, diretor da Fenaprevi, analisa que esse movimento se deve a uma maior preocupação com o futuro, a necessidade de mais recursos para um período mais longo e o dinamismo de renda e condições do mercado de trabalho.
Contudo, se por um lado a arrecadação alcançou níveis surpreendentes, por outro, os resgates caíram 1,3% e totalizaram R$ 54,6 bilhões no mesmo intervalo analisado pela Federação.
Malanga explica que há uma melhora na situação econômica neste ano e, por isso, os resgates são menores e as aplicações mais aceleradas — situação diferente durante a pandemia da Covid-19 em 2020, quando as pessoas precisaram usar os recursos poupados.
Com isso, a captação líquida, ou seja, o resultado da captação bruta dos planos menos os resgates, somou R$ 25,7 bilhões. A cifra representa um crescimento de 203,1% em relação ao acumulado até o quinto mês do ano passado.
O setor possui R$ 1,5 trilhão em ativos nesses planos, aproximadamente 13,1% do PIB.
“Este ano é marcado por características muito interessantes, como o novo marco regulatório da previdência privada, novas alternativas de criação de produtos de renda, melhoria na tributação dos participantes e a utilização da previdência como garantia de empréstimo para reduzir taxa de juros”, acrescentou o diretor da Fenaprevi.
A entidade prevê que a captação no ano deve ficar em torno de 14%, acima da inflação prevista de 4%, acelerando o crescimento em 2025 à medida que a população possui mais educação financeira ao usar “a previdência como uma ferramenta importante para a conscientização da poupança a longo prazo”, disse Malanga.
*Sob supervisão de Guilherme Niero