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    Após aprovação da reforma tributária, S&P eleva rating do Brasil para “BB”

    Nota brasileira segue em território especulativo, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento

    Cristiane Nobertoda CNN

    em Brasília

    A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou, nesta terça-feira (21), a nota de crédito de longo prazo do Brasil de “BB-” para “BB”, com trajetória estável. Segundo a nota da agência, a mudança no rating se deu pela aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional, na última sexta-feira (15).

    “Elevamos os ratings de longo prazo em escala global do Brasil após a recente aprovação de uma reforma tributária. Embora seja implementada gradualmente, a reforma representa uma revisão significativa do sistema fiscal e traduzir-se-á provavelmente em ganhos de produtividade a longo prazo”, diz a nota.

    A agência justifica que a reforma tributária se soma a outras medidas estruturais que vem sendo construídas no país desde 2016. Isso, na opinião da S&P, “reflete um quadro institucional cada vez mais pragmático que ajuda a ancorar a estabilidade macroeconômica”.

    A S&P afirma ainda que a perspectiva estável reflete na expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, com forte produção de commodities e necessidades limitadas de financiamento externo.

    A agência também acredita que a estrutura institucional do Brasil pode “sustentar a formulação de políticas estáveis ​​e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes executivo, legislativo e judiciário do governo”.

    No comunicado, a agência também pontua que poderá elevar novamente a classificação nos próximos dois anos, caso o conjunto de reformas estruturais e microeconômicas melhorem a trajetória de crescimento de longo prazo do Brasil.

    Ainda há perspectiva de revisão caso haja uma rápida resolução de “desequilíbrios fiscais que estabilize os níveis de dívida”.

    No entanto, a S&P alerta que poderá diminuir a nota, também nos próximos dois anos, se o país não implementar corretamente as medidas, levando a uma deterioração fiscal e aumento da dívida.

    “Uma deterioração na sinalização política também poderia reduzir os fluxos de investimento direto estrangeiro e, assim, enfraquecer a posição externa do Brasil”, diz trecho da nota.

    Na publicação, a S&P ainda estima que a economia brasileira cresça quase 3% em 2023. Para 2024, a perspectiva é de desaceleração no PIB fechando o ano em 1,5%. Para 2025 e 2026, a agência estima uma recuperação, fechando os dois anos em 2%.

    Em nota, o Ministério da Fazenda comemorou a revisão da S&P e reiterou o “compromisso com a agenda de reformas em curso”.

    “A elevação do rating pela S&P evidencia que estamos no caminho certo, com medidas corretas que estão colocando o país na rota do desenvolvimento econômico e social sustentável”, disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.

    A equipe econômica ainda destacou que “serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”.

    Veja também – Confira as projeções da OCDE para a economia brasileira