Após altas, preços de legumes e frutas recuam e ajudam a desacelerar inflação
Itens como a cenoura e o tomate, que cresceram até 113% nos últimos doze meses, registram queda nos valores em maio
Frutas, tubérculos e energia elétrica: esses foram os principais produtos responsáveis pela desaceleração da prévia da inflação no mês de maio. A maior parte dos alimentos in natura, que acumulavam altas seguidas no preço nos últimos meses, apresentou uma deflação, ou seja, uma variação negativa.
Segundo um levantamento da CNN com base nos preços coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no acumulado dos últimos doze meses, as categorias de tubérculos, raízes e legumes e de frutas já cresceram, respectivamente, 54,92% e 19,84%.
Mas em maio, as duas categorias tiveram recuo – 0,42% para os legumes e -2,47% para as frutas.
ntre os tubérculos, no IPCA-15 deste mês, as principais quedas foram da abobrinha (-6,31%), pepino (-6,27%), tomate (-11%), cenoura (-16,19%) e a batata-doce (-2,03%). No caso das frutas, mamão (-12,88%), melancia (-11,67%), goiaba (-6,64%), tangerina (-6,65%) e laranja-baía (-5,44%) ocasionaram a deflação observada na categoria.
Já a energia elétrica registrou uma queda de 14,09% no preço, o que puxou para baixo a prévia da inflação para o grupo de habitação, que ficou em –3,85%.
De acordo com o economista Alberto Ajzental, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o responsável pela redução na energia elétrica é o fim da bandeira de escassez hídrica, que acabou no mês de abril. O item “energia elétrica”, no levantamento de preços do IBGE, representa 4,91% do índice, e ajudou a desacelerar a inflação.
Já no caso dos alimentos, para o economista, a tendência é que o custo passe a recuar, pois as dificuldades climáticas e sazonais, responsáveis pela alta nos preços, começam a ser resolvidas.
“Ainda não está tendo uma inversão na maioria dos preços, mas já é possível observar uma deflação em itens importantes, que vinham de altas consecutivas”, afirma.
De acordo com o IBGE, o subgrupo de tubérculos, raízes e legumes tem um peso de 0,99% no índice, enquanto o preço das frutas representa 1,02% do IPCA-15. Com isso, é possível afirmar que cerca de 9,2% dos preços da pesquisa ficaram negativos.
O IPCA-15 de maio ficou em 0,59%, frente a 1,75% do mês de abril.