Ano de 2021 deve ser extraordinário para exportações, avalia professor
Superávit de US$ 10,3 bi na balança comercial em abril deve se refletir em bons resultados para todo o ano, afirma especialista do Insper
O recorde de crescimento da balança comercial brasileira em abril, que avançou 67,9%, com saldo superior a US$ 10 bilhões, deve se refletir no consolidado de 2021. A avaliação é do professor de Agronegócio Global do Insper, Marcos Jank. Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (7), ele explica como a pandemia impulsionou as exportações brasileiras.
“No ano passado, o valor das exportações do agronegócio chegou a US$ 101 bilhões. Os envios para a China cresceram quase 10%. Para o Sudeste da Ásia, esse número ficou em torno de 30% e, para a África, em 15%”, destaca. “Num momento em que o mundo parou e teve desabastecimento de cadeias de suprimento, o Brasil passou a ser fornecedor dessa regiões.”
Por isso, segundo ele, especialistas já estimam que 2021 pode ser o ano de maior exportação do agronegócio da história do país. “A gente deve passar de US$ 100 bilhões para mais de US$ 120 bilhões. Se olharmos os atuais preços de milho, soja, açúcar, café, entre outros, realmente é um ano extraordinário para a exportação.”
A ressalva, no entanto, fica para a inflação do Brasil, que pode impactar nos preços dos alimentos exportados. “Esse produto que é exportado também é consumido aqui dentro e temos visto, desde o segundo semestre do ano passado, uma pressão inflacionária vinda dos alimentos, principalmente de produtos exportados.”
“Como sempre, isso tem que ser muito bem administrado e temos que torcer para não termos problema de safra. Se tivermos quebra de safra no Brasil, Estados Unidos ou Argentina, esses preços podem ir para níveis nunca antes vistos”, alerta Jank.