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    Amapá vive expectativa de desenvolvimento com petróleo

    Projeto da Petrobras uniu rivais políticos, e pesquisa aponta que população do Amapá defende exploração no estado

    Caio Junqueirada CNN

    em São Paulo

    O debate público sobre a exploração de petróleo pela Petrobras no estado do Amapá, no norte do país, começou neste ano. No último mês de maio, o Ibama indeferiu um pedido da Petrobras para perfurar o local por considerar que não há ainda segurança ambiental suficiente.

    A estatal aguarda uma análise de um recurso.

    Enquanto o projeto não tem continuidade, a esperança dos moradores de um dos estados mais pobres do país está na geração de empregos e da melhoria da renda na região.

    A capital Macapá, por exemplo, está no topo das piores do país, em termos de saneamento básico. O instituto Trata Brasil mostra, num levantamento feito com base em dados do IBGE, que apenas 10% da população tem acesso à rede de esgoto.

    Uma pesquisa Atlas Intel exclusiva para CNN aponta que 36,3% dos moradores da região defendem a exploração de petróleo no Amapá, desde que haja licença ambiental e estudos de impacto. Outros 26% apoiam o projeto sem ressalvas e 18,3% são totalmente contra a exploração.

     

    Edição: Thamires Brito / Produção: Luisa Cerne

    União de adversários políticos

    A exploração de petróleo no Amapá une adversários políticos.

    Para o governador Célio Luis (Solidariedade), o estado tem grande potencial para ser explorado e a vida da população pode melhorar. “A gente vive em um estado que tem os melhores indicadores ambientais do país e talvez do mundo. No entanto, nós temos os piores indicadores sociais e econômicos do país”, afirma.

    “Nós queremos manter esses indicadores ambientais como os melhores do país, a floresta mais preservada, o maior número de áreas protegidas, mas nós queremos também que a nossa população, que os indicadores sociais e os indicadores econômicos também possam subir. Nós queremos usufruir desse valor que é a nossa floresta, que são os nossos rios, que é toda essa biodiversidade que nós temos”, acrescenta o gestor.

    Para o prefeito da capital, Doutor Furlan (Podemos), “a exploração do petróleo pode ser uma redenção econômica do estado do Amapá. Nós temos nessa aqui nessa mesma margem equatorial a Guiana Inglesa explorando, sendo considerada uma nova Dubai na América da Sul e o Amapá não pode deixar de explorar”.

    A possível exploração já mexe com a economia local. Um dos maiores empresários do Amapá já visualiza a ampliação de investimentos no estado.

    “A gente ainda depende muito do centro-oeste, do sul, do sudeste. E a gente tem visto que há possibilidade do norte se desenvolver e de ser também estados com potencialidades de riqueza, de geração de emprego, de trabalho”, comenta Jaime Nunes.

    No país vizinho da Guiana, onde a exploração de petróleo já é realidade, são extraídos 375 mil barris por dia. Um relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) aponta que a previsão de crescimento do PIB em 2023 é de 38%, decorrentes dessa produção.

    A CNN publica nesta semana a série especial Petróleo na Amazonia. Confira aqui as reportagens