Aluguéis em Manhattan têm maior alta de todos os tempos
Taxa de vacância, que estava acima de 11% há um ano, caiu para apenas 1,32%
Os aluguéis em Manhattan estão mais uma vez atingindo novos recordes após o êxodo durante a pandemia.
O preço médio do aluguel mensal de apartamentos em Manhattan atingiu um recorde de US$ 3.700 em fevereiro. Isso significa um aumento de 24% em relação ao ano anterior e uma alta incomum de 4,2% em relação a janeiro, de acordo com um relatório da corretora Douglas Elliman e da avaliadora imobiliária Miller Samuel.
“Estamos vendo uma rápida recuperação e um aumento inédito nos preços dos aluguéis”, comenta Jonathan Miller, presidente e CEO da Miller Samuel. “Em todas as categorias, tudo está subindo.”
Alta em guerras de ofertas
A demanda por aluguel de apartamento está subindo, o que significa que os “preços pandêmicos” oferecidos há apenas um ou dois anos foram substituídos por guerras de ofertas.
O aluguel médio líquido, ou seja, o valor que os inquilinos pagam depois dos incentivos dos proprietários, teve um aumento recorde de 28% em relação ao ano passado, atingindo US$ 3.630 por mês conforme esses benefícios foram sendo retirados. Novos aluguéis com concessões, como um ou dois meses de aluguel descontados de um contrato anual, caíram de 41% há um ano para apenas 20% em fevereiro.
A última vez que o aluguel efetivo líquido atingiu esse patamar foi em abril de 2020, a US$ 3.540 por mês, após o início da pandemia, mas antes que o mercado de locação despencasse. No entanto, o valor pago pelos inquilinos em fevereiro foi 7,1% maior que o aluguel pré-pandemia de fevereiro de 2020.
Os preços estão subindo de modo geral à medida que muitas empresas da cidade de Nova York retomam o trabalho presencial, aumentando a demanda.
Um ano atrás, cerca de 1% dos novos apartamentos foi alugado a um valor mais alto do que o listado devido a uma guerra de lances, ficando próximo das taxas comuns, afirma Miller. Porém, em fevereiro, 18% dos apartamentos de Manhattan foram alugados por um valor acima do pedido.
Pouca oferta de apartamentos para locação
O estoque de apartamentos para locação, que era abundante na pandemia, caiu 81% em fevereiro em relação ao ano anterior. A taxa de vacância, que estava acima de 11% há um ano, caiu para apenas 1,32%.
“Não é um recorde histórico, mas é o fevereiro mais baixo desde a crise financeira”, explica Miller.
Fevereiro tende a ser um dos meses mais tranquilos para aluguéis, explica Hal D. Gavzie, gerente executivo de locação da Douglas Elliman. “E não havia estoque. Esperamos que haja em breve.”
Gavzie comentou que muitos inquilinos estão enfrentando um dilema: aceitar o aumento do aluguel ou procurar um novo apartamento.
“Os locatários sabiam que seus benefícios acabariam”, disse Gavzie. “Sabíamos que daria para aproveitar grandes descontos, em alguns casos até 40% ou 50% garantidos por um ou dois anos, mas se o período de aluguel estiver prestes a vencer, o proprietário pode oferecer renovações de contrato com um aumento de 15% a 40%.”
Os corretores da Gavzie trabalham com proprietários que têm grandes portfólios de imóveis e relatam que os locatários estão aceitando aluguéis mais altos.
“No geral, os inquilinos têm aceitado a renovação”, informa. “O motivo é: para onde mais eles iriam? Os aluguéis estão voltando aos níveis pré-COVID e subindo ainda mais.”