Alta do preço do aluguel residencial desacelera em julho, aponta FipeZap
Custo da moradia subiu 1,37% no mês, menor percentual dos últimos três meses
A alta do aluguel residencial no Brasil desacelerou no mês julho. O índice apresentado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FipeZap nesta terça-feira (16) mostra aumento de 1,37% no mês, contra +1,84% em abril, +1,70% em maio e +1,58% em junho.
A alta praticada no mês passado supera a inflação mensal medida pelo IPCA (-0,68%), bem como o comportamento dos preços da economia brasileira apurado pelo IGP-M/FGV (+0,21%). Com o resultado, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial acumula uma alta nominal de 14,25% nos últimos 12 meses. O valor também é superior à inflação acumulada do período, de 10,07%.
Para o economista do DataZAP+, Sergio Castelani, a expectativa para os próximos meses é de estabilização.
“Os preços ainda devem crescer por um tempo, porque ainda há bastante espaço para recuperação econômica, para a volta das empresas aos escritórios – nem que seja gradual ou parcial -, e conforme isso for acontecendo, ainda terá espaço para crescimento de preços, mas não de uma maneira tão forte como foi recentemente. É muito mais fácil crescer sobre algo que caiu muito no passado. É uma recuperação, não um crescimento de verdade”, pontuou o Castelani.
Para o vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro, Leonardo Schneider, a desaceleração do aumento ainda é pequena e não representa o cenário como um todo.
“A gente vê uma preferência pela locação por conta da alta da taxa de juros, que inibe a aquisição de imóveis, a compra. Então esse resultado é um reflexo da recuperação, mas ainda não podemos ter como tendência para os próximos meses, acho que os preços vão subir”, afirmou Schneider.
Apenas uma das 25 cidades pesquisadas registrou queda no índice: Joinville, em Santa Catarina, com -0,78%. Entre as principais altas estão, em ordem decrescente, as cidades de São José (SC), com 4,95%; Fortaleza (CE), com 3,52% e Campinas (SP), com 2,79%.
Para o mês, o preço médio de locação ficou em R$ 34,92 por metro quadrado. O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Alberto Ajzental aponta que os preços estão sujeitos às variações e características regionais.
“São economias heterogêneas, cada região tem um desempenho, uma demanda e uma oferta. Mas uma coisa é geral: o momento é de sentar e negociar preço”, indica o economista.
Entre as cidades, Barueri apresentou o preço médio de locação residencial mais elevado no último período, R$ 46,25/m², seguida pelos valores médios registrados em São Paulo (R$ 43,51/m²), Recife (R$40,01/m²), Santos (R$ 36,11m²) e Florianópolis (R$ 36,11/m²).
Já entre as com menor valor de locação residencial, segundo os dados da última apuração mensal, estão Niterói (R$ 23,55/m²), Fortaleza (R$ 22,35/m²), Ribeirão Preto (R$ 18,39), São José do Rio Preto (R$ 18,39) e Pelotas (R$ 15,39).