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    Alta de preços já atinge menos itens no resultado de inflação, dizem economistas

    Em agosto a inflação registra uma disseminação em 65% dos itens, uma queda de 11 pontos percentuais na comparação com junho, quando estava em 76%

    Pedro Zanattado CNN Brasil Business , em São Paulo

    Com o alívio nos preços dos combustíveis e energia, resultado das propostas aprovadas pelo Congresso, a disseminação da inflação nos produtos já apresenta queda e deve seguir essa tendência nos próximos meses, de acordo com especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business.

    Dados levantados pelo economista da FGV André Braz mostram que, em junho – mês da aprovação do teto para o cálculo do ICMS e anterior à aprovação da PEC dos Benefícios – a disseminação da inflação estava em 76% dos itens. Já em julho, no início do mês, a disseminação caiu para 70%, finalizando o período em 68%. Por fim, até esta quinta-feira (11), a disseminação estava em 65% dos itens. Ou seja, de junho até agosto, houve uma queda de 11 pontos percentuais.

    Braz confirma que estamos diante de uma desaceleração da disseminação da inflação nos produtos, mas ele lembra que o índice ainda é alto.

    “A dissipação realmente está desacelerando, já houve uma redução do número de itens com variação positiva, mas ele ainda é acima de 60%, ainda é um número grande. Vai levar um tempo para esses efeitos de gasolina e energia favorecerem as cadeias produtivas”, explica.

    O último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de julho, foi de -0,68%, ante 0,67% em junho. Sendo a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

    No ano, o IPCA acumula alta de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%, abaixo dos 11,89% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2021, a variação havia sido de 0,96%.

    O economista diz que a tendência é de que a desaceleração da disseminação continue, porém, ele avalia que ainda estamos diante de um contexto com incertezas.

    “A tendência é continuar, mas o momento é de muita incerteza… as próprias eleições, a situação fiscal do país, a guerra da Ucrânia, esse risco de desaquecimento de grandes economias, isso faz com que essa previsão fique mais complexa, se tivermos um agravamento do conflito, muda tudo”.

    O economista-chefe da MB Associados e Especialista CNN em Economia Sergio Vale avalia que existe a desaceleração da disseminação, no entanto, ele lembra que, o movimento ocorre mais em bens do que em serviços, uma vez que, este segundo “continua acelerado, pois estamos passando por um momento de retomada mais forte desse segmento”.

    Sobre os possíveis impactos que possam reverter essa desaceleração, Vale menciona as eleições como um fator que, a depender da pressão, pode gerar um aumento no câmbio e, consequentemente, na inflação.

    Por fim, a economista do Insper Juliana Inhasz diz que reduções das pressões externas podem também gerar um ambiente mais propício para a economia.

    Inhasz considera que “aparentemente, os efeitos da guerra na Ucrânia já foram bem internalizados na eocnomia”, reduzindo parte da disseminação da inflação no país. Na percepção da economista, o Brasil e o mundo já estão absorvendo os efeitos internacionais da guerra e da possível recessão.

    “Acho que isso tudo já foi internalizado, o aumento do risco já aconteceu em outros momentos. Então como isso já está mapeado, sem elementos novos, até o momento, isso pode contribuir para a redução dessa disseminação”.

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