‘Alguns setores ficarão permanentemente no prejuízo’, diz Tony Blair
Ex-primeiro-ministro britânico afirmou também que quem mais sofre durante a pandemia são as pessoas mais carentes.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair disse nesta terça-feira (14), durante a Expert XP 2020, que alguns setores econômicos “ficarão permanentemente no prejuízo” após a pandemia da Covid-19.
“Tudo o que havia antes da crise estará presente também após, exceto que será maior e mais acelerado. Enfrentaremos enormes problemas econômicos”, afirma.
Para o líder trabalhista, quando vacinas e drogas terapêuticas estiverem disponíveis, elas precisarão ser bem distribuídas. Tony Blair afirmou também que quem mais sofre durante a pandemia são as pessoas mais carentes.
“Elas têm empregos mais difíceis de trabalhar remotamente. A tecnologia traz consigo uma enorme oportunidade, mas também há desafios. Algumas pessoas vão poder operar nesse mundo e outros não”, reforça.
Questionado sobre os países emergentes, Tony Blair afirmou que é preciso eliminar a corrupção. “É preciso um estado de direito e regras previsíveis para investidores. Você tem que educar seu povo e ter um setor público eficiente”, afirma. Ele disse também que há muita ideologia em torno da política e que geralmente ela é destrutiva.
Brexit
Sobre o Brexit, o ex-primeiro ministro afirmou que foi “muito contra”, mas que agora é um fato e aguarda concretizações nos acordos comerciais.
Assista e leia também:
CNN Mundo: cônsul do Reino Unido vê Brexit como chance para negócios com Brasil
Reino Unido exclui chinesa Huawei como fornecedora de rede 5G
Ele teme que o Reino Unido saia da União Europeia sem um acordo. “A longo prazo precisamos tirar o melhor dessa história. A Grã-Bretanha terá que estimular a economia e tomar decisões corretas”, disse
Tony Blair acredita que a relação EUA x China será ainda mais hostil e que a analogia com a guerra fria não funciona. “Estamos falando de uma escalada de integração econômica. A China será uma potência mundial, não importa o que aconteça. A ascensão da China é inevitável e justificável”, disse.