Alemanha está dando 25% de aumento para quase 2 milhões de trabalhadores
Inflação no país em outubro foi de 4,5%, a maior em quase três décadas
Quase 2 milhões de trabalhadores na maior economia da Europa terão um grande aumento salarial.
Três partidos políticos alemães concordaram em formar um novo governo na quarta-feira (24) com o social-democrata de esquerda Olaf Scholz, definido para suceder Angela Merkel como chanceler após longas negociações de coalizão.
Como parte do acordo de coalizão, o país planeja aumentar seu salário mínimo para € 12 (US$ 13,46) por hora, ante os atuais € 9,60 (US$ 10,77) por hora.
A mudança pode aumentar a renda de quase dois milhões de pessoas na Alemanha que ganham salários mínimos, ou cerca de 5% dos trabalhadores, de acordo com Carsten Brzeski, economista do ING. Ele disse que a mudança foi “claramente significativa”.
O salário mínimo já estava definido para subir para € 10,45 (US$ 11,72) em julho de 2022. O texto do acordo de coalizão não estabelecia quando o maior aumento único entraria em vigor.
O economista do UBS, Felix Huefner, disse que a medida deve “impulsionar o crescimento geral dos salários” em toda a economia alemã, enquanto alerta que pode “contribuir para pressões salariais mais amplas”.
O banco central alemão tomou a atitude incomum de criticar publicamente a medida nesta semana, chamando-a de “preocupante”. Ele disse que teria um efeito indireto sobre os salários dos trabalhadores de maior renda.
Pressão inflacionária
Economistas e legisladores em todo o mundo têm observado de perto o aumento dos salários como um componente-chave da inflação. Na Alemanha, a inflação em outubro foi de 4,5%, a maior em quase três décadas, à medida que os preços da energia disparavam e o custo dos alimentos subia.
A Alemanha introduziu pela primeira vez um salário mínimo nacional de € 8,50 (US$ 9,54) em 2015.
O apoio ao salário mínimo na Europa cresceu à medida que a força dos sindicatos diminuiu. A Comissão Europeia afirma que houve uma queda na proporção de trabalhadores da UE abrangidos por acordos de negociação coletiva entre 2000 e 2015, com declínios particularmente fortes observados na Europa Central e Oriental.
Um novo projeto de lei da UE anunciado no início deste mês visa reforçar os salários mínimos em todo o bloco com novos requisitos.
“Durante a crise anterior, a redução dos salários mínimos e o desmantelamento da negociação coletiva setorial foram os remédios severos prescritos para muitos Estados membros”, disse em um comunicado a parlamentar da UE Agnes Jongerius, que patrocinou a medida. “Agora, estamos lutando para aumentar os salários mínimos legais e para fortalecer a negociação coletiva na Europa.”
O salário mínimo da Alemanha já está entre os mais altos da União Europeia.
*Texto traduzido. Para ler o original, clique aqui