Ajuste no teto de gastos é necessário para atenuar efeitos da pandemia, diz Fiemg
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Flávio Roscoe, falou à CNN sobre a possibilidade de gastos além do previsto no Orçamento
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, avalia como “necessário” o ajuste no teto de gastos para que o governo federal consiga financiar o Auxílio Brasil, benefício social que substituirá o Bolsa Família.
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (22), Roscoe destacou que o momento atípico e muito específico da economia brasileira, imposto pela pandemia do coronavírus, afetou o equilíbrio orçamentário não só do Brasil, mas também de diversos países em todo o mundo.
“Acreditamos que é um momento atípico e, eventualmente, essas acomodações têm de ser feitas porque é uma grande demanda por parte da sociedade de atendimentos, pois há desigualdades muito grandes que foram geradas com a pandemia”, disse.
Apesar de a federação apoiar que o país tenha uma “política conservadora” em relação a déficits e não fure o teto fiscal, Roscoe afirmou que as diferenças sociais agravadas no último ano faz com que, agora, seja aceito que o Orçamento ultrapasse os gastos previstos.
“É necessário, nesse momento, algum ajuste no teto de gastos para que o governo possa atenuar as medidas que são necessárias para uma parcela da população”, avaliou o presidente da FIEMG.
Na quinta-feira (21), a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a PEC dos Precatórios. O texto, modificado horas antes pelo relator, soluciona a dívida da União em sentenças judiciais e também abrirá espaço de R$ 83 bilhões no Orçamento, viabilizando o financiamento do Auxílio Brasil.
Para Roscoe, esse não é o cenário desejado, no entanto, face às dificuldades e “grandes desigualdades” do país, se tornou “imprescindível”. “Óbvio que isso vai ter impacto no futuro, mas o impacto em não se fazer nada no presente pode ser ainda pior”, afirmou.