Ainda não há elementos que garantam crescimento sustentável do PIB, diz especialista
Segundo Juliana Inhasz, a "volta ao normal" do agronegócio e a troca da gestão no governo federal ajudaram a puxar crescimento no 1º trimestre
A professora de economia do Insper Juliana Inhasz disse em entrevista à CNN nesta quinta-feira (1º) que, apesar da aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, ainda não há elementos que garantam o crescimento sustentável da economia do país neste ano.
“Na verdade ainda não temos elementos que nos convençam de que a economia vai crescer neste ritmo do primeiro trimestre no ano inteiro”, disse.
A especialista destacou que elementos relevantes para o crescimento sustentável, como a reforma tributária e o marco fiscal, ainda não estão plenamente consolidados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira, que o PIB do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período de 2022 a alta foi de 4%.
Segundo Inhasz, a “volta ao normal” do agronegócio e a troca da gestão no governo federal ajudaram a puxar este crescimento.
“É um resultado [do PIB] em linha com o que a gente esperava. A gente sabia que o começo do ano traria uma melhora ao agro. [O crescimento] também vem muito puxado por uma mudança de governo, com aumento do gasto público, isso tudo faz com que a economia ganhe um pouco mais de fôlego”, analisa.
Segundo o IBGE, o resultado foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. O setor responde por cerca de 8% de toda a economia do país.
“Agora é obvio que a gente ainda fica um pouco preocupado com a condução de como esse crescimento econômico vai ser mantido daqui pra frente”, completou a especialista.
Publicado por Danilo Moliterno, com informações de Amanda Garcia.