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    Agro cresce em relação ao PIB no 2º tri apesar de desafios com chuvas e safras

    Coordenadora do IBGE aponta que o setor está muito ligado à sazonalidade, o que explica o tímido crescimento

    Diego Mendesda CNN , em São Paulo

    Mesmo enfrentando problemas em chuva e safras, o agronegócio também registrou resultados importantes no PIB do segundo semestre, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE).

    A agropecuária, que havia recuado 0,9% no último trimestre, registrou uma alta de 0,5% no segundo trimestre deste ano. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, esse setor é muito ligado à sazonalidade.

    No semestre, a agropecuária vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a maior lavoura do Brasil. Considerando o Valor Adicionado das atividades no trimestre, a agropecuária registrou R$ 167,7 bilhões.

    Rebeca explica que, no trimestre, a alta tímida está relacionada ao menor peso da safra da soja no período comparado ao trimestre anterior e ao ganho de peso da safra do café, cuja produção deve aumentar 8,6% na comparação com o colhido no ano passado.

    Mesmo com algumas culturas não apresentando bons resultados nesse período, como é o caso do arroz, que teve uma retração de 8,5%, em relação ao mesmo período de 2021, milho e café se destacaram nesse setor, mostrando que cresceram em relação ao ano passado – alta de 27% e 8,6%, respectivamente.

    De acordo com o último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), também divulgado pelo IBGE, a previsão é de que a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar o recorde de 263,4 milhões de toneladas. Este valor é 4,0% maior (ou 10,2 milhões de toneladas) que a safra obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas) e 0,8% acima (2,0 milhões de toneladas) da estimativa de junho.

    Pecuária

    As estimativas da pecuária no PIB demonstram uma contribuição positiva dessa atividade no desempenho da agropecuária no segundo trimestre, com destaque para os bovinos, que suplantam o fraco desempenho da produção de leite.

    Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), a receita com as exportações brasileiras de carne bovina registrou crescimento de 45,5% no acumulado dos sete primeiros meses de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021.

    De janeiro a julho desse ano, o faturamento com as vendas chegou a US$ 7,409 bilhões, ante US$ 5,092 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior. Em volume, o aumento foi de 17,7%, passando de 1,064 milhão de toneladas em 2021 para 1,253 milhão de toneladas até julho desse ano.

    No mesmo período, o preço médio da proteína cresceu 23,7%, passando de US$ 4,8 mil a tonelada para US$ 5,9 mil por tonelada. “Esses dados são resultado do trabalho intenso que temos feito para abertura de novos mercados e ampliação da presença nos países onde já atuamos, destacando sempre o papel do Brasil como parceiro comercial das nações e não como concorrente”, explica Antônio Jorge Camardelli, presidente da ABIEC.

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