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    Agentes econômicos consideram pacote fiscal “difuso e incerto”

    Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconhece ruídos sobre reforma da renda

    Danilo Cruzda CNN , São Paulo

    O dólar encerrou o pregão com alta de 1,30%, cotada a R$ 5,98 – novo recorde de fechamento – após ter encostado na máxima intradiária de R$ 6 pela primeira vez na história. Somente neste ano a moeda americana cresceu quase 22%.

    O Ibovespa despencou 2,40%. Das 86 ações no índice, apenas oito fecharam em alta. É o segundo dia seguido de queda na bolsa brasileira.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tratou com cautela o movimento da moeda. “Vamos ver como isso acomoda, a partir do momento que você vai explicado e as pessoas vão entendendo”, afirmou. Segundo Haddad, o maior ruído está relacionado com a reforma da renda e não com as outras medidas apresentadas.

    Na mesma linha, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que “o dólar vai cair quando o mercado entender o compromisso do governo”.

     

    O mercado financeiro considerou o pacote difuso e incerto. A avaliação é de que o governo segue abraçando uma estratégia de gasto público excessivo, sem buscar cortes e mantendo as despesas discricionárias apertadas. Mesmo após o anúncio, o setor teme que o governo não consiga cumprir o arcabouço a longo prazo.

    Um estudo da consultoria Warren Rena mostrou que o efeito fiscal do pacote será menor do que o esperado pela equipe econômica. A empresa prevê que as propostas pouparão R$ 45,1 bilhões. A estimativa da Fazenda, por sua vez, é de uma economia de R$ 70 bilhões.

    Também em reação ao pacote fiscal, o banco americano JP Morgan prevê uma alta de 1 ponto percentual na Taxa Selic em dezembro. Com isso, os juros ficariam em 14,25%. Em relatório, a instituição diz que as medidas apresentadas “falharam em recuperar a credibilidade da política econômica”.

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