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    “Agenda agora é da ética da responsabilidade”, diz economista liberal

    Para o coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, Vladimir Maciel, a agenda liberal recebeu o golpe de misericórdia com a chegada da pandemia

    Thais Herédiada CNN

    A permanência de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia passou a ser a maior incerteza que ronda os rumos da política econômica. Depois da “debandada” da pasta, cresce a fragilidade do super ministro, a falta de apoio dentro do próprio governo para sua agenda liberal e seu isolamento. Especialmente a agenda liberal, pilar da gestão de Guedes, está sendo considerada carta fora do baralho no governo Bolsonaro. 

    Para o coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, Vladimir Maciel, a agenda liberal recebeu o golpe de misericórdia com a chegada da pandemia do coronavírus. Se serve de consolo, foi um movimento global, já que países passaram a gastar mais, bancos centrais jogaram a taxa de juros para o campo negativo e os governos distribuem dinheiro para os mais atingidos pela crise. 

    “A agenda agora é a da ética da responsabilidade. Ela tem de um lado o Rodrigo Maia, que é o fiel da balança da responsabilidade fiscal, e o que sobrou de liberalismo em Guedes. Aliás, ele não deixou de ser liberal, mas o que vai sobrar do discurso de posse dele? Precisa ser a responsabilidade fiscal, monetária para evitar que o Brasil vire o ano voltando ao passado”, disse Vladimir Maciel em entrevista à coluna.

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    A reação do mercado financeiro foi negativa porém sem exageros vistos em outras crises do governo. A bolsa de valores abriu em alta e no meio do dia virou para queda, refletindo mais a debandada da Economia. O dólar e o mercado de juros estão com termômetro mais ativo,  mas numa piora que vem há algum tempo. A moeda americana chegou a subir quase 2%, sendo o Real a moeda de pior desempenho no mercado internacional nesta quarta-feira. 

    No mercado de juros futuros, as taxas negociadas para o médio e longo prazo sobem há semanas e acentuaram movimento depois da última decisão do Copom. Este mercado é o que revela o prêmio de risco cobrado pelos investidores para financiarem o estado brasileiro. 

    “O Paulo Guedes precisava dar um basta. Se posicionar, ser claro em relação ao orçamento de 2021, se vai continuar o estado de calamidade decretado por causa da pandemia. O mercado não vai ficar nessa complacência com governo para sempre. A aproximação com Maia foi um gesto importante, mas o Guedes precisa levar os projetos para a Câmara, reativar a PEC Emergencial, por exemplo”, disse Victor Candido, economista chefe da Journey Capital. 

    A saída de Salim Mattar e Paulo Uebel, secretários que vieram com Guedes no início do governo, não teve o mesmo peso político da partida de Sérgio Moro, mas expôs a fragilidade do super ministro de Bolsonaro. Executivos do mercado financeiro questionam agora o grau de pragmatismo de Guedes diante de um estado que resiste às mudanças. 

    “Guedes é pragmático, mas está desidratado. Como ele poderá promover geração de receita para o governo, ou estimular atividade diante do quadro fiscal e do ruído da política? A bolsa de valores pode estar em sua última fase de euforia, depois dos ganhos recentes em função dos juros muito baixos. Guedes ganha tempo neste último suspiro. Vamos ver como vai reagir”, disse à CNN Raphael Figueredo, sócio da Eleven Financial.

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