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    Aeroporto Santos Dumont será leiloado isoladamente, promete Bolsonaro

    Presidente atende apelo do governo do Rio de Janeiro e tira aeroporto de bloco de concessão

    Stéfano Sallesda CNN , Rio de Janeiro

    Em meio a discussões sobre a modelagem da concessão do Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, à iniciativa privada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (31) que o equipamento federal será concedido isoladamente.

    O edital aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em dezembro do ano passado, previa que ele fosse incluído em um bloco com outros três de Minas Gerais.

    A promessa do presidente foi feita no aeroporto de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, onde se deslocava para uma agenda no Porto do Açú, em São João da Barra, para inauguração da pedra fundamental da Usina Gás Natural do Açu II (GNA II).

    “O Santos Dumont vai a leilão isoladamente, isso foi um acerto junto com governo do Rio. A gente acha que assim a competição fica mais justa e a gente vai evoluir nessa modelagem”, afirma o presidente.

    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, esteve presente ao anúncio.

    “Vamos ter um bloco de aeroportos destinados à aviação executiva, com Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ). Em outro bloco teremos os aeroportos do Pará, Mato Grosso do Sul e Congonhas. E o Santos Dumont irá a leilão isoladamente. A gente ainda vai evoluir essas discussões no grupo de trabalho”, destaca Freitas.

    Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) celebrou o feito e destacou a necessidade de levar em conta as características de cada aeroporto. “Sabemos como o Galeão é fundamental para o Brasil inteiro e para o turismo do Rio, que é a porta de entrada para o país. O importante é que eles se complementem, e não que disputem”, avalia Castro.

    A modelagem de concessão do Santos Dumont foi alvo de intensas críticas de autoridades fluminenses, que cobram que se estabeleça um limite na operação do Santos Dumont, para que não haja uma disputa predatória entre ele e o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

    Especialistas apontam que a transferência exagerada de voos domésticos do Galeão para o Santos Dumont resultaria na perda de voos internacionais para o Rio de Janeiro.

    Para debater eventuais ajustes na modelagem, o Ministério da Infraestrutura montou um grupo de trabalho, com representantes do governo do Rio de Janeiro e da União.

    Dias depois, se juntaram às discussões representantes da Marinha e da Prefeitura do Rio de Janeiro. Com cinco cadeiras no colegiado, o governo fluminense destinou uma à Fecomércio, que tem como representante o ex-secretário estadual de Transporte e engenheiro Delmo Pinho.

    O especialista celebrou o anúncio feito pelo governo federal e considera que a mudança tornará a proposta mais atrativa.

    “É uma mudança positiva, um primeiro passo. Agora, o Santos Dumont será concedido sozinho, não vai mais subsidiar aeroportos de Minas Gerais. Para o Galeão se desenvolver, é preciso colocar um limite operacional imediato para o Santos Dumont. Não podemos esperar até o ano que vem. O que queremos não é que haja um equilíbrio, mas uma complementariedade, que é bem diferente de equilíbrio. O que queremos é ter no Rio um hub aéreo, o que só pode ser feito no Galeão”, afirma Pinho.

    O grupo de trabalho prosseguirá com suas discussões até 18 de fevereiro, quando apresentará um relatório com sugestões para a nova modelagem.

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