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    A gente aposta em consenso no Congresso e estamos dispostos a ceder, diz número 2 de Haddad

    Dario ainda pontuou que o discurso da Fazenda tem insistido no diálogo até “com certa teimosia em alguns temas”, para promover o desenvolvimento do país com equilíbrio das contas públicas

    Cristiane Nobertoda CNN , em Brasília

    O secretário Executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo está “disposto a ceder” nas negociações com o Congresso Nacional para evitar a “polarização” de ideias e avançar com as pautas econômicas nas casas legislativas.

    Em meio às negociações sobre desoneração da folha de pagamento, dívidas dos estados e reforma tributária, o número dois do ministro Fernando Haddad, reforçou que a pasta “reviu diversas posições” mas que “não abre mão do equilíbrio das contas públicas”.

    “Nós não apostamos na polarização, a gente aposta na formação de consensos no congresso, estamos dispostos a ceder da ideia inicial concebida na fazenda”, afirmou em discurso no seminário Políticas industriais no Brasil e no Mundo, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ocorrido nesta terça-feira (6).

    Dario ainda pontuou que o discurso da Fazenda tem insistido no diálogo até “com certa teimosia em alguns temas”, para promover o desenvolvimento do país com equilíbrio das contas públicas.

    De acordo com ele, as decisões são tomadas com números e que estão pensando no país, no orçamento público e no planejamento para os próximos anos.

    “Precisamos proteger o fiscal do Brasil. A Fazenda não abre mão de ter o equilíbrio das contas públicas. Gostaríamos de ter feito antes, mas não foi possível. Então, vamos fazer esse ano, vamos fazer no ano seguinte, mas não abrimos mão”, pontuou.

    Durigan destacou que, em um ano e meio de governo, muita coisa foi feita, mesmo em meio às posições céticas sobre a equipe econômica, houve entrega ainda que “não da forma como esperava ou como queria”, mas que continua “surpreendendo”.

    “Os resultados na economia, estão de bom tamanho para o que a gente gostaria? Não. Não estão, mais perto do que se esperava, havia um ceticismo muito grande, havia uma baixa expectativa para o crescimento, geração de emprego, juros,  balança comercial, e nós fomos surpreendidos, não da forma como gostaríamos, mas surpreendemos”, destacou.

    Substituto de Haddad, que está em férias até o próximo dia 9 de agosto, Dario disse ainda que as reuniões que a equipe econômica teve recentemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram no sentido de reforçar a posição de “manter o arcabouço fiscal custe o que custar”.

    Segundo ele, o presidente autorizou o governo a tomar algumas medidas como a revisão do gasto público em R$ 25 bilhões – já anunciada por Haddad – e que já constará no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), a ser enviado ao Congresso Nacional até o próximo dia 31 de agosto.

    Citou também o bloqueio de R$ 15 bilhões no orçamento, feito recentemente pela equipe econômica para manter as contas. “É Importante fazer, sabemos da dificuldade mas importante adotar com coragem ainda que cause repercussão negativa, para manter a previsibilidade no arcabouço fiscal”.

    Durigan ainda pontuou a transição da presidência do Banco Central, a ser feita até 31 de dezembro deste ano, como medida importante para evitar “precificação indevida no mercado”

    “Somos a favor da autonomia do Banco Central porque garante que não haja oposição política no BC, que haja diálogo técnico e entendimento”, afirmou.

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