A busca pela diversidade nas companhias
Não basta apenas abrir vagas afirmativas, as empresas precisam mapear constantemente as áreas para saber se realmente estão sendo inclusivas
Você tem a sensação de que no dia a dia, na nossa rotina de trabalho, estamos a todo momento tomando decisões? Independentemente da área, do setor, ou o cargo que a gente ocupe, vamos ter que lidar com o peso de uma decisão. E está aí, na minha opinião, um dos maiores ganhos de se investir em um time diverso. Diversos de raça, orientação sexual, gênero e PCD. Diversos das mais diferentes experiências que só se somam na hora de tomar a tal “decisão”.
O que as empresas estão aprendendo, nessa jornada atrás de talentos diversos é que tão importante quanto abrir vagas afirmativas é a necessidade de monitorar esses colaboradores para garantir o desenvolvimento deles e tudo isso passa por um ambiente inclusivo.
“Um ambiente mais aberto e diverso, onde as pessoas se sentem seguras para se expressarem de maneira genuína também é um ambiente de maior criatividade e colaboração. É um local mais propício para a inovação e um ambiente onde vínculos pessoais e propósito trazem significado ao trabalho. Uma empresa assim, atrai e retém mais talentos e, portanto, tem mais vantagem competitiva e capacidade de adaptação ao mercado”.
A fala é da Vice-presidente de Pessoas da empresa de telecomunicações Vivo, Niva Ribeiro, que desde 2018, acompanha o desenvolvimento da área de D&I da companhia. E nesses quase cinco anos sabe que são vários os desafios, entre eles: Engajar as altas lideranças, reduzir os vieses inconscientes e rever todos os processos de seleção da companhia.
“Importante o estabelecimento de metas de forma estruturada para serem acompanhadas internamente, além de termos o mapeamento do nosso cenário, o que facilita entendermos em que estágio estamos e para onde queremos ir. Seguir na disciplina de execução das ações concretas e contundentes para evoluir constantemente na representatividade desses grupos na empresa, deixa claro Niva Ribeiro.
Nunca perder de vista a trajetória desses colaboradores também é um grande desafio para as companhias. “As empresas precisam estar dispostas a transformar a cultura corporativa – o que implica em também criar uma estrutura de suporte aos gestores. Aqui vale a reflexão sobre a mentalidade de crescimento (Growth mindset), que demanda uma gestão disposta a se adaptar, a aprender, e que precisa olhar e respeitar os colaboradores, porque é isso o que está sendo exigido do mercado e das empresas nesse momento”.
O que também auxilia as empresas nesse trabalho de transformação social são as parcerias com iniciativas consolidadas no mercado. Esse acaba sendo um movimento essencial para trocar experiências.
“Hoje somos signatários dos Princípios de Empoderamento das Mulheres da ONU, participamos do Movimento Mulheres 360 e da Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas”, lembra a executiva Niva Ribeiro.
Parcerias, monitoramento das vagas e um ambiente seguro para que o colaborador possa se sentir confortável para ser quem deve ser. Isso se reflete no ambiente de trabalho e sem dúvida na produtividade da empresa.
Empresas que investem em diversidade conseguem resultados significativos de inovação.
Um dos maiores desafios, quando uma companhia, toma a decisão de investir em Diversidade e Inclusão é medir o seu valor. Aqui estou falando sobre valor de mercado. Quanto esse investimento vai ser refletido em produtividade e no final da cadeia em lucro para a empresa.
Segundo a pesquisa Getting to Equal: Creating a Culture That Drives Innovation, as organizações precisam investir em diversidade e inclusão para se tornarem mais inovadoras. O Estudo analisou seis pilares que formam de alguma maneira a cultura e a mentalidade de uma organização.
Os critérios foram: Colaboradores alinhados e engajados com o propósito da empresa; Autonomia para tomar decisões; Estímulo para buscar novas ideias para além do ambiente de trabalho; Disposição de ferramentas necessárias para o trabalho, além de tempo e incentivos para inovar; Liberdade para testar novas ideias e um ambiente que estimule a colaboração entre departamentos.
A Pesquisa mostrou também que diversidade e inclusão geram mais inovação que aumentos salariais. O impacto de fatores culturais foi estimado em 10,6%, enquanto a média salarial impactou em apenas
0,25%.