A 15 dias da eleição, dólar paralelo bate recorde na Argentina com tensão eleitoral; governo tenta conter disparada
Moeda americana vendida no mercado paralelo fechou a 880 pesos na última sexta-feira (6)
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A duas semanas das eleições presidenciais na Argentina, o “dólar blue” — como é conhecida a moeda vendida no mercado paralelo — continua em disparada. E o governo do país anunciou medidas para tentar conter o avanço do câmbio em meio à tensão eleitoral.
Na última sexta-feira (6), o “dólar blue” bateu um novo recorde — o segundo esta semana — e fechou a 880 pesos argentinos (cerca de R$ 13). Na última terça-feira (3), a moeda americana tinha sido cotada a 850 pesos (R$ 12,55) na máxima da sessão.
Os números embutem as incertezas sobre o pleito marcado para o próximo dia 22.
Investidores temem que uma vitória da chapa governista mantenha a política fiscal expansionista adotada pelo presidente Alberto Fernández, enquanto analistas pedem a adoção de ajustes fiscais.
O governo, por sua vez, reforçou seus controles cambiais, em uma tentativa de controlar o comércio paralelo de moeda estrangeira.
Entre as medidas, a Casa Rosada estabeleceu um prazo mínimo de permanência de cinco dias úteis para a venda de valores mobiliários negociáveis emitidos sob legislação estrangeira e que tenham liquidação em moeda estrangeira. O mesmo prazo vale para realização de envio e recebimento de transferências.
No caso de uma transferência recebida (do exterior para a Argentina) será necessário aguardar o término do período para liquidá-la.
São operações corporativas ou feitas por agente de liquidação e compensação, os AlyCs, que são sociedades que atuam como intermediária entre os investidores e empresas. O prazo para venda dos dólares obtidos nessas operações com títulos soberanos aumenta de 15 para 30 dias.
A resolução determina ainda que as carteiras próprias das AlyCs, quando atuarem em mercados estrangeiros por mandato de seus clientes, somente poderão fazer a operação em segmentos de concorrência de ofertas com tempo de preço prioritário em mercados autorizados sob controle e supervisão de uma entidade governamental reguladora.
Adicionalmente, as ALyCs deverão apresentar declarações juramentadas, semanalmente, detalhando todas as operações realizadas no mercado externo (próprias e por mandato) detalhando tipo, quantidade, preço e contraparte envolvidas nas transações.
Quando operarem com carteira própria, as AlyCs terão de terminar o dia, vendendo a mesma quantidade de títulos que foram comprados, com liquidação em moeda estrangeira.
A decisão foi tomada após o mercado paralelo de moedas da Argentina ficar paralisado na quinta-feira (5), com os operadores citando uma repressão das autoridades ao mercado informal.
Eles afirmam que não foram estabelecidos preços de referência e as operações praticamente não foram realizadas.
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Com informações da Agência Estado e da Reuters.