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    49% dos bares e restaurantes tiveram prejuízos de leve a moderados com falta de energia em SP, diz Abrasel

    Em algumas regiões da capital, já são mais de 50 horas sem energia elétrica

    Débora Oliveira

    Em um mundo movido pelos eletrônicos, sair de casa sem ter energia elétrica se tornou praticamente inviável para a população. Para quem tem algum tipo de comércio então, não ter energia elétrica é sinônimo de prejuízo.

    Em entrevista à CNN, Percival Maricato, diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), explicou que as perdas vão desde a conservação dos produtos, já que em mais de 24 horas eles perdem a validade, até o não atendimento dos clientes, que gera prejuízos não só para os donos dos estabelecimentos, mas também para os milhares de garçons da capital que deixaram de ganhar uma gorjeta.

    “Não que seja possível evitar eventos de força maior, como é o de um furacão, ou algum outro evento do clima. Mas o conserto não, esse tem que ser ágil o suficiente e isso a Enel vai ter que provar que não teve como atender por força maior”, disse Percival.

    Já para Fábio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (FecomercioSP), existe ainda o problema daqueles que tiveram que ficar fechados e perderam o cliente para o concorrente que eventualmente não foi afetado pela falta de energia.

    Por essas e outras situações, a FecomercioSP quer questionar juridicamente as obrigações da Enel, já que esse foi um evento atípico, com condições que, de acordo com Fábio, a companhia não teria como antecipar.

    Pelas estimativas do governo de São Paulo, esperava-se movimentar no feriado prolongado de Finados cerca de 2 milhões de turistas e R$ 3,6 bilhões em todo o estado. Os impactos ainda estão sendo estimados pela FecomercioSP. Mas para a Abrasel, 49% dos bares e restaurantes já relataram prejuízos de leve a moderados devido a falta de energia e cerca de 50% do setor relatou problemas para entrar em contato com a Enel. O diretor da associação diz que vai questionar a privatização que era para melhorar o serviço. Ele disse ainda que vai entrar com ação judicial coletiva e individual para conseguir o ressarcimento para bares e restaurantes.

    Os consumidores e empreendedores que tiveram algum tipo de prejuízo com a falta de luz provocada pelo temporal desse feriado em São Paulo podem receber indenização, caso consigam provar que foram prejudicados pela queda de energia. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, o prazo é de 90 dias para que seja dada uma resposta ao cliente.

    Procurada, a Enel informou que, em relação a possíveis danos a aparelhos elétricos, a empresa segue o que determina uma resolução da Aneel, que estabelece procedimento a ser feito pelas distribuidoras em caso de ressarcimento. “A distribuidora acrescenta que, de acordo com a resolução, o cliente pode realizar sua solicitação via aplicativo, site, contato com a Central de Relacionamento ou comparecer em uma loja da Enel. É possível ingressar com a solicitação no prazo máximo de até 5 anos a contar da data provável da ocorrência do dano elétrico no equipamento”.

    Veja também: Enel SP cortou 36% dos funcionários desde 2019

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