Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Libra digital “Britcoin” pode chegar na segunda metade da década

    Banco da Inglaterra busca oferecer alternativa estável ao bitcoin ou ao éter

    Julia Horowitzda CNN , Londres

    O Reino Unido está avançando com planos de criar uma libra digital emitida pelo Banco da Inglaterra que ofereceria uma alternativa estável ao bitcoin ou ao éter.

    O banco central e o Tesouro do Reino Unido disseram na segunda-feira que uma moeda digital oficial “provavelmente será necessária no futuro”.

    “Embora o dinheiro tenha chegado para ficar, uma libra digital emitida e apoiada pelo Banco da Inglaterra pode ser uma nova forma de pagamento confiável, acessível e fácil de usar”, disse o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, em comunicado.

    “É por isso que queremos investigar o que é possível primeiro, garantindo sempre a proteção da estabilidade financeira”, completa.

    O Banco da Inglaterra e o Tesouro disseram que a decisão sobre o lançamento de uma libra digital, que foi apelidada de “Britcoin”, seria tomada na segunda metade da década.

    Os bancos centrais de todo o mundo estão considerando a possibilidade de emitir moedas digitais à medida que mais partes da economia se movem online.

    Ao contrário das criptomoedas atualmente disponíveis, essas moedas teriam respaldo oficial, o que resultaria em um valor estável e significaria que poderiam ser usadas para gastos diários.

    No Reino Unido, 10 libras digitais valeriam 10 libras em dinheiro. O Banco da Inglaterra forneceria a infraestrutura pública fundamental – ou um “razão principal” – enquanto as empresas privadas emitiriam carteiras digitais que poderiam ser acessadas por meio de smartphones ou smartcards.

    As moedas digitais do banco central podem tornar os gastos online mais convenientes, facilitar as transações internacionais e aumentar a concorrência entre os fornecedores de ativos financeiros digitais.

    Em um discurso em novembro, Sir Jon Cunliffe, vice-governador do Banco da Inglaterra para estabilidade financeira, disse que sem uma libra digital, alguns grandes players poderiam “dominar e talvez controlar a inovação em serviços de pagamento”.

    Mas os principais detalhes das moedas digitais ainda precisam ser discutidos.

    Os críticos temem que seu lançamento pelos bancos centrais possa causar enormes transtornos se as pessoas correrem para trocar dinheiro por uma alternativa digital.

    Outro medo é a privacidade, já que as moedas digitais dariam aos governos novos insights sobre como as pessoas estão gastando seu dinheiro.

    O Banco da Inglaterra e o Tesouro do Reino Unido disseram que um limite para a posse de uma libra digital “se aplicaria pelo menos na fase introdutória” e que a nova moeda “estaria sujeita a padrões rigorosos de privacidade e proteção de dados”.

    Ainda assim, eles reconheceram que seu uso não seria anônimo, dada a necessidade de se proteger contra crimes financeiros e manter a confiança do público.

    Mais de 100 países têm explorado a ideia de moedas digitais emitidas por bancos centrais, segundo o Atlantic Council.

    A Suécia tem trabalhado com a Accenture em uma e-krona, enquanto Gana está pilotando um e-cedi e a Indonésia está desenvolvendo um protótipo para uma rupia digital. Onze países, incluindo Bahamas e Jamaica, já lançaram moedas digitais de bancos centrais.

    Esforços entre economias maiores também estão se acelerando. A China está na frente, com mais de 260 milhões de pessoas já usando o yuan digital como parte de um programa piloto no país.

    Em novembro, os principais bancos globais iniciaram um piloto de 12 semanas testando transferências em dólares americanos digitais com o Federal Reserve Bank de Nova York. O Banco Central Europeu, por sua vez, deve encerrar sua investigação sobre um euro digital este ano.

    Esses projetos não parecem ser afetados pelo recente colapso da principal exchange cripto FTX nem por grandes oscilações no preço das criptomoedas no ano passado.

    O Bitcoin viu seu valor despencar 64% em 2022. Ele subiu cerca de 38% no acumulado do ano, já que os investidores mostram maior disposição para estacionar seu dinheiro em ativos de risco.

    Tópicos