Preocupação com Ômicron prejudica bolsas da Ásia e da Europa
Preocupação internacional com o avanço da variante Ômicron do novo coronavírus e seus efeitos na inflação são destaques do cenário econômico desta segunda-feira (20)

O avanço da variante Ômicron do novo coronavírus na Europa assusta os mercados e faz a semana começar com perdas nas bolsas da Ásia no mercado europeu. A Holanda decretou novo lockdown e outros países se preparam para impor novas restrições para conter a circulação do vírus mas ainda encontram muita resistência da população.
O mercado está preocupado com o ritmo da atividade econômica e os efeitos da nova onda de Covid-19 na inflação, já que não é possível prever se a pressão sobre os preços vai aumentar ou diminuir.
Na China, o governo anunciou redução da taxa de empréstimos de curto prazo, passando a mensagem de que quer manter a força do crescimento econômico, apesar dos desequilíbrios no mercado imobiliário e dos riscos geopolíticos.
No mercado internacional de petróleo, houve queda de mais de 3% e o minério de ferro subiu quase 4%, reagindo à decisão do governo chinês de baixar juros.
A farmacêutica Moderna começa a semana com alta nas ações. A empresa anunciou que uma terceira dose de seu imunizante aumenta a proteção contra a variante Ômicron do coronavírus.
Brasil
No país, a Ômicron ainda não gera preocupação. Os governos têm estado ocupados com os casos de gripe, causados pelo vírus influenza.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda (20) que não há data para definir a vacinação das crianças, autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na semana passada.
No início da manhã desta segunda (20), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avisou que a audiência pública para discutir a desestatização da Eletrobras não será mais na quarta-feira (22) e passará para o dia 5 de janeiro.
A mudança na data já era esperada depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a análise do projeto que autoriza a venda de ações do governo federal mais uma vez.
A derrubada do veto para o fundo eleitoral, permitindo gasto de 5,1 bilhões em 2022, acendeu alerta sobre a força da articulação do governo no Congresso.
Agenda do dia
No Boletim Focus, divulgado nesta segunda (20), há uma boa sinalização sobre como deve ser o comportamento da inflação nos próximos anos.
As previsões para o IPCA de 2023 e 2024 foram reduzidas para 3,4% e 3% respectivamente. Os números demonstram que a estratégia do Banco Central de continuar subindo a taxa de juros, mesmo diante do enfraquecimento da atividade econômica, foi absorvida pelo mercado.
No curto prazo, houve leve revisão para baixo no IPCA deste ano, e para cima no índice do ano que vem.
A previsão do PIB (Produto Interno Bruto) cai novamente para 2021, ficando em 4,58%, e se mantém em 0,5% para 2022.
No Congresso Nacional, o relator do Orçamento de 2022 vai apresentar seu parecer final nesta segunda (20). A proposta vai considerar uma margem de mais de 113 bilhões no teto de gastos após aprovação da PEC dos Precatórios e também vai contemplar 16,5 bilhões de reais para as emendas do relator.
No exterior, temos o índice de confiança do consumidor na zona do euro.