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    Nissei, Le Biscuit, Pague Menos: ‘fila’ de IPOs no país já tem 40 empresas

    Por conta da farta oferta, é esperada uma onda de ajustes nas avaliações, deixando um pouco de lado a euforia por causa de juros baixos e excesso de liquidez

    Do Estadão Conteúdo

    A lista de empresas que miram uma abertura de capital em setembro e outubro já inclui mais de 40 empresas. Perto do fim do prazo para protocolar o pedido de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) nos próximos dois meses, novas empresas entraram na fila de estreias na B3, a Bolsa paulista.

    Entre elas estão a rede de farmácias Nissei, do Paraná, e a varejista Le Biscuit, com sede na Bahia. O grupo inclui também a Aeris (fabricante de pás eólicas) e duas incorporadoras – a Urbe da MRV, e a HBR Realty.

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    Quero-Quero IPO
    Live com toque de campainha marcou a oferta pública inicial da Lojas Quero-Quero na B3
    Foto: Divulgação/B3

    Por se tratar da primeira documentação, os prospectos das ofertas ainda não trazem detalhes sobre as operações. No caso da Nissei consta, contudo, que se trata de uma oferta primária e secundária – ou seja, o dinheiro da oferta se dividirá entre o caixa da empresa e o bolso do acionista vendedor, o fundador Sergio Maeoka. Com o Safra como coordenador líder, a operação ainda inclui os bancos BTG Pactual, Bank of America e Itaú BBA.

    “Somos a maior rede varejista de farmácias do Estado do Paraná, com um market share de aproximadamente 20% no Estado e de 26% na cidade de Curitiba”, diz a companhia, no documento sobre a operação. A rede possuía, ao fim de junho, mais de 300 lojas, em 76 cidades do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo.

    Já a baiana Le Biscuit faz parte do portfólio da gestora Vinci Partners, que estará entre os acionistas que venderão participação. A Vinci é sócia da varejista desde 2012. A companhia também espera arrecadar recursos para o seu caixa, a ser investidos em TI, logística e reforço do capital de giro.

    A Le Biscuit tem atualmente 141 lojas, sendo que 136 são próprias. A empresa diz que “atrai seus mais de 17 milhões de clientes ativos, principalmente mulheres entre 25 e 60 anos, das classes econômicas B e C”, destaca a empresa no prospecto. A oferta é capitaneada por Bank of America, XP, Itaú BBA, Santander e Citi.

    A Aeris, que fabrica pás eólicas fundada em 2010, também planeja uma oferta primária e secundária, a ser coordenada por BTG Pactual, XP, Morgan Stanley, Santander, Citi e Safra. Dos recursos que irão para o caixa da empresa, caso o IPO se concretize, a intenção é buscar o crescimento da capacidade de produção.

    Mercado imobiliário

    Entre as incorporadoras, a disputa não para de crescer: já são 18 empresas. A esse grande grupo se une agora a HBR Realty, que fará uma oferta liderada pelos bancos Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e pela Genial Investimentos.

    A operação será dividida entre primária e secundária, com uma parcela do dinheiro indo para acionistas e outra parte para reforçar o negócio. “A HBR Realty é uma companhia focada na geração de altos retornos no segmento de renda imobiliária e atualmente entende ser uma das principais plataformas de propriedades urbanas do Brasil, com forte presença no Estado e na cidade de São Paulo”, explica a empresa, no prospecto da oferta.

    Já a Urba Desenvolvimento Urbano, do Grupo MRV, mira apenas uma emissão primária em seu IPO: todos os recursos serão injetados no caixa. Os coordenadores da oferta são BTG Pactual, Bradesco BBI, Itaú BBA, Santander e Caixa.

    A Urba foi constituída em 2012, como empresa do grupo MRV dedicada ao desenvolvimento imobiliário urbano, nos segmentos residencial, comercial e industrial. A companhia atualmente tem presença em cinco Estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro Minas Gerais, Bahia e Paraíba.

    Os acionistas da MRV terão direito de preferência na oferta. O documento ainda não traz detalhes sobre a destinação de recursos da oferta primária.

    De olho nas ofertas

    Os investidores perceberam que muitas empresas estão tentando abrir capital com a expectativa de preço exagerado para suas ações. Por isso, é esperada uma onda de ajustes nas avaliações. O movimento deixa um pouco de lado a leitura de euforia por causa de juros baixos e excesso de liquidez no mundo.

    Na semana passada, a rede de farmácias Pague Menos reduziu o preço de sua ação na tentativa de emplacar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A incorporadora Lavvi também encontrou dificuldade para atrair investidores, levando a sua controladora, a Cyrela, a garantir 15% do IPO com recursos próprios. Ambas as empresas vão definir o valor de suas ações hoje.

    “Essa revisão de preços vai começar a ficar frequente”, disse um gestor, na condição de anonimato. Segundo ele, mesmo que exista de fato uma corrida de investidores para a renda variável por causa do juro real quase zerado no Brasil, a seletividade veio para ficar e a “euforia” do mercado acionário é, na sua opinião, apenas aparente.

    Hoje, na fila já com pedido de registro feito junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) há mais de 40 empresas, com grande concentração de incorporadoras: são 18 do total.

    Apenas neste mês, foram cerca de 20 empresas fazendo o protocolo de oferta. Nas últimas semanas, houve duas tentativas frustradas de IPO. A Riva 9, da Direcional, e a You Inc. não encontraram demanda suficiente para colocar suas ofertas de pé, em uma prova de seletividade dos investidores.

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    Um segundo gestor disse, também na condição de não ser identificado, que, no médio e longo prazos, será positivo esse movimento de ajuste de preços das ofertas. Isso pode ajudar em um equilíbrio para a formação de preço nas próximas operações.

    Segundo ele, um corte de preço como o feito pela Pague Menos, que diminuiu o piso da faixa indicativa de preço de R$ 10,22 para R$ 8,50, uma queda de quase 20% na avaliação esperada da companhia, gera uma desconfiança sobre o real valor do ativo.

    Um olhar mais crítico em relação aos preços das ações nos IPOs ocorre ainda por conta do desempenho de alguns papéis após as ofertas. A rede de farmácias d1000 acumula baixa de 28%. A Panvel, que realizou um re-IPO, caiu 20% de lá para cá.

    Ao lado da imensa quantidade de candidatas a estreia na B3, há ainda empresas que de forma oportuna poderão aproveitar o momento para fazer caixa, com oferta de ações.

    O banco Inter, por exemplo, é um que já anunciou sua oferta, que pode superar o R$ 1 bilhão. Também com oferta subsequente (follow on) na rua está a Ômega.

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