Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Dólar cai e fecha a R$ 5,02 com commodities e juros; Ibovespa fica estável

    Moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,026, enquanto o principal índice da B3 encerrou aos 115.165,55 pontos

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar caiu 1,62%, a R$ 5,026, nesta quinta-feira (3), com o real sendo beneficiado pelos juros altos no país e com o mercado brasileiro acompanhando tendência internacional de valorização de divisas de países exportadores de commodities, cujos preços têm disparado após a invasão da Rússia na Ucrânia.

    Já o Ibovespa desacelerou por volta das 17h e fechou estável, com leve queda de 0,01%, aos 115.165,55 pontos, após trabalhar no azul ao longo dia.

    O índice foi favorecido por ações ligadas a commodities, em especial petróleo e minério de ferro, que acompanham a alta nesses produtos em meio à guerra na Ucrânia, mas perdeu terreno na parte da tarde em linha com a piora dos mercados em Wall Street.

    A maior queda do dia é das ações da Embraer (EMBR3), após a empresa anunciar que vai suspender a manutenção e venda de peças para a Rússia devido à invasão da Ucrânia.

    Contrariando outras ações ligadas ao petróleo, as da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuam após a estatal afirmar que ainda não decidiu sobre aumento no preço dos combustíveis apesar da alta do petróleo.

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Cielo (CIEL3) +5,26%;
    • IRB Brasil (IRBR3) +5,16%;
    • CSN (CSNA3) +5,01%;
    • Gerdau (GGBR4) +4,43%;
    • Petz (PETZ3) +3,45%

    Maiores baixas

    • Azul (AZUL4) -4,71%;
    • Embraer (EMBR3) -4,17%;
    • Americanas (AMER3) -4,16%;
    • Gol (GOLL4) -4%;
    • Tim (TIMS3) -1,41%

    Na quarta-feira (2), o dólar recuou 0,91%, terminando o dia cotado a R$ 5,109. Já o Ibovespa teve alta de 1,80%, aos 115.173,61 pontos.

    Guerra na Ucrânia

    O foco dos investidores segue na guerra na Ucrânia e os seus desdobramentos. Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

    Dentre elas estão a expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia. Os países que apoiam a Ucrânia já afirmaram que devem implementar novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica.

    Ao mesmo tempo, a invasão pela Rússia continua, com novos ataques em Kharkiv, segundo maior cidade da Ucrânia, e Kiev, capital do país, que está cercada por tropas russas. As duas nações realizam uma nova rodada de negociações nesta quinta-feira, após a primeira terminar sem avanços. Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN.

    A guerra, e as chances de novas escaladas no cenário geopolítico, aumentam a aversão a riscos dos investidores e a busca pelo dólar. O índice DXY, que compara a moeda frente a outras, tem leve alta nesta quinta-feira.

    Já o VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, subiu e rondou os 31 pontos, após chegar ao maior nível desde setembro de 2020.

    Outra consequência da invasão é a alta nos preços de commodities, principalmente as ligadas à Rússia e à Ucrânia, caso do milho, trigo e do petróleo. O tipo Brent, referência da Petrobras para a política de preços, segue subindo e já ronda a casa dos US$ 115.

    Commodities

    A situação na Ucrânia reduz os benefícios para o real de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, com o Brasil beneficiado também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve.

    O ciclo estava ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que leva a altas nos preços. Por outro lado, intervenções do governo chinês no mercado têm gerado pressões de queda, em um sobe e desce na cotação.

    No caso do petróleo, analistas já projetavam que ultrapassaria os US$ 100 ao longo do ano, o que ocorreu com a crise na Ucrânia. A commodity dos EUA saltou até 5,4% para US$ 116,57 o barril na quinta-feira — o maior comércio desde 22 de setembro de 2008.

    O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia, e o quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Outro fator que pesava nesse movimento é a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos já no mês de março, de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, reforçada por dados de inflação levemente acima do esperado.

    Com isso, investidores estrangeiros têm saído do mercado de ações norte-americano. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse a quarta-feira que o ciclo de alta de juros já anunciado está mantido mesmo com a guerra, sinalizando uma elevação de 0,25 ponto percentual em março.

    *Com informações da Reuters

    Tópicos